Toda obra precisa seguir uma série de regras para que tudo fique perfeito no final. Mas, quando o imóvel em questão não é seu, como proceder? Hoje vamos abordar um assunto muito comum nos dias de hoje: a reforma de casas e apartamentos alugados. Se você está vivenciando isso ou irá passar por essa situação, então siga as dicas abaixo!

Deixe tudo bem claro!

Um dos erros mais frequentes é a falta de conversa entre o proprietário e o locatário. Uma pergunta que precisa ser feita logo no início é sobre o grau de devolução do imóvel, ou seja, como o dono prefere que você entregue aquele espaço após a sua utilização. Muita gente pensa que é simples, que é apenas entregar do mesmo jeito que encontrou, ou com melhorias, que já está tudo certo, mas essa equação não é tão óbvia como parece. Na verdade, há particularidades que podem variar de acordo com o caso. Mesmo que você faça alterações positivas, pode ser que elas não agradem.

Já vi casos em que o inquilino pegou o imóvel praticamente do zero, instalou piso, revestimentos, e mesmo assim, o proprietário pediu para devolver tudo no “cimento”. Ou, em outro caso, a pessoa encontrou uma parede de tijolinho no imóvel, mas quis mudar e colocou um porcelanato lindo na decoração. Na hora de devolver, o locador pode solicitar o visual anterior novamente. Daí, é um gasto extra, não é mesmo? 

Portanto, na hora de fazer o contrato, você deve perguntar: “Quais são as exigências para a devolução? E se eu fizer alguma benfeitoria, será possível abater do aluguel, ou acordar um não reajuste na renovação?”. Deixando isso bem claro, ninguém sai perdendo. 

Versatilidade

Para quem quer mudar a decoração, sem ter dor de cabeça com a entrega da casa ou apartamento futuramente, pode optar por elementos mais práticos ou removíveis, que você pode levar para qualquer lugar. Por exemplo, eu indico painéis de marcenaria para as paredes. Assim, você pode pintar da cor que você quiser e movimentar o painel depois. A parede original fica atrás dele e você não precisa mexer em nada. 

Outra dica: faça alterações que sejam mais simples de arrumar, como apenas incluir uma pintura diferente, ou um papel de parede bonito, de forma que não precise ter quebra-quebra, nem uma reforma mais profunda. Investir em objetos decorativos, luminárias portáteis entre outros recursos para valorizar o espaço também são bem-vindos. 

Na hora de escolher os móveis, dê preferência aos modelos soltos, que você possa montar, desmontar, dobrar, etc. Por isso, na hora de comprar, vale até mesmo escolher uma peça um pouco mais cara, mas de um material de maior qualidade e resistência, que com certeza irá sobreviver a uma mudança, não é mesmo? Se for chamar um marceneiro, no caso de peças sob medida, já indique todas essas necessidades antes. 

Outro detalhe importante é guardar os itens que você removeu na hora da reforma, tais como louças, acessórios e móveis, para que sejam recolocados caso o proprietário opte por essa decisão. E, para que você possa levar as suas próprias peças embora, sem ter que comprar novas para o locatário. 

Reajustes

Cuidado com as armadilhas na hora de assinar o contrato. Um problema que muita gente enfrentou recentemente foi o reajuste do aluguel de acordo com o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), que subiu de forma absurda nesse último ano. Tanto que até em alguns casos houve uma renegociação nos valores por parte de proprietários e dos atuais moradores. Para evitar esse tipo de dor de cabeça, antes de assinar o contrato, veja qual é o índice vigente. Se for o IGPM, tente sugerir outros indicadores no mercado, que tenham maior estabilidade. Na dúvida, pergunte para o seu contador, ou alguém que possa auxiliar. Assim, você não terá nenhuma surpresa desagradável igual ao que aconteceu com muitos locatários nesse último ano. 

O barato pode sair caro

Na hora de escolher o imóvel para a locação, não leve em consideração somente o valor do aluguel, mas também verifique quais os tipos de intervenções que você terá que realizar lá. Em muitos casos, se você optar por uma casa com vários problemas, o valor da reforma somado ao do aluguel vai acabar saindo muito mais caro. Imagine, por exemplo, se for preciso trocar a parte elétrica ou fazer ajustes na hidráulica? A situação já fica diferente, não é mesmo? Por isso, é importante analisar bem todos os detalhes daquele espaço. Caso você tenha dúvidas, não hesite em procurar um profissional da área para uma consultoria antes da decisão. 

Da mesma forma, é preciso ficar atento a outros valores. Como por exemplo, qual é o IPTU do imóvel escolhido? No caso de apartamentos, ou casas em conjuntos residenciais, qual é o valor do condomínio por mês? No caso da água e do gás as contas são individuais ou divididas? Tudo isso precisa ser colocado na ponta do lápis para saber se aquela locação é vantajosa ou não. 

Bruno Moraes (@brunomoraesarquitetura)

Arquiteto pela Belas Artes, pós-graduado pela FAU-Mackenzie, especialista em gestão e execução de obras. Atuou no escritório de Siegbert Zanettini e foi o arquiteto do Programa Eliana, do SBT. 

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