Quem costuma viajar para os Estados Unidos, ou que acompanha muitas séries, filmes ou programas de reforma norte-americanos como o Irmãos à Obra, no canal por assinatura Discovery Home & Health, com certeza já se deparou com várias diferenças entre os estilos construtivos, bem como de arquitetura de interiores entre os projetos concebidos no Brasil e nos Estados Unidos. Junto com a parte cultural, tais variações são resultado de diferentes métodos de trabalho, estilos de vida e condições climáticas. 

Entretanto, alguns traços marcantes nas residências por lá vem ganhando a preferência dos brasileiros. Hoje, aproveito para fazer uma análise sobre as particularidades que envolvem a construção e decoração desses dois países, além de mostrar as tendências que estão chegando por aqui, mas que vêm ganhando suas características próprias nos projetos residenciais do nosso país. Confira!

Método construtivo

É muito comum ver, nos Estados Unidos, o uso do sistema Steel Frame, que apresenta estruturas feitas a partir de perfis metálicos. Lá, inclusive, a madeira também é muito utilizada dentro de um processo semelhante batizado como Wood Frame. Essa metodologia é bastante indicada para locais que possam sofrer movimentações leves, em razão das questões climáticas. Sem contar que possibilita a passagem de tubulações, como a estrutura de calefação, materiais como lã de rocha e de vidro. Afinal, não podemos esquecer que, por lá, o frio é duradouro e rígido.

Enquanto isso, no Brasil se observa a tradicional alvenaria, com o uso de blocos, tijolos e argamassa) na construção civil. No entanto, a técnica do Stell Frame começou a ganhar mercado nos últimos anos, principalmente pela sua resistência e agilidade na montagem, o que reduz muito o prazo de finalização da obra.

Acabamentos

Por serem mais objetivos, os estadunidenses não se preocupam tanto com acabamentos tão refinados ou processos que deem muito trabalho. Ao invés da composição entre massa, lixamento e pintura as paredes, como geralmente executamos no Brasil, eles são mais práticos e aplicam direto uma textura para disfarçar as imperfeições. Isso vale também para os tetos, onde refletem o “popcorn ceiling”, que se trata de uma superfície repleta de texturas pontilhadas.

Revestimentos

No geral, os revestimentos são mais simples e objetivos por lá, não sendo tão valorizados e com tantas opções como aqueles empregados nos projetos brasileiros. Geralmente, os norte-americanos entregam as casas com revestimentos cerâmicos no formato 40x40cm, na área da cozinha, e é comum ter carpetes ou pisos cerâmicos em todos os cômodos, ou até mesmo o linóleo, material composto por um vinílico em manta. E, por incrível que pareça, porcelanatos, grandes formatos de revestimentos, mármores e granitos são itens de luxo no EUA. 

No entanto, quando o assunto é papel de parede, eles costumam se empolgar um pouco mais. Até mesmo as cozinhas costumam ter papéis de paredes coloridos e repletos de desenhos, com uma decoração mais carregada.

Designers e Arquitetos

Outro item bem interessante é que os designers de interiores e os arquitetos são profissões bem distintas por lá – diferentemente do Brasil, que em muitos casos elas acabam se misturando e complementando. Nos EUA, o designer, literalmente, faz só a parte de interiores – escolhe tecidos para os sofás, cortinas, faz os mood boards com as composições, etc. Já os arquitetos, apenas criam as plantas construtivas e tudo é realizado dentro dos códigos de edificação de cada lugar. 

Uma curiosidade: algumas empresas de móveis só atendem designers, e não a clientes finais. Exatamente por isso, eles são muito abertos a customizações.

Cômodos e Costumes

E, continue nos acompanhando: na próxima semana, prossigo com esse tema e meu artigo irá abordar o que muda em cada cômodo da casa nesses dois países, além das diferenças culturais presentes no dia a dia e nas tarefas mais simples. Te espero lá!

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Bruno Moraes (@brunomoraesarquitetura)

Arquiteto pela Belas Artes, pós-graduado pela FAU-Mackenzie, especialista em gestão e execução de obras. Atuou no escritório de Siegbert Zanettini e foi o arquiteto do Programa Eliana, do SBT.

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