O aumento de 17,14% nos preços médios do metro quadrado dos imóveis usados, o maior em 12 meses contados desde Junho do ano passado, derrubou as vendas em Maio na cidade de São Paulo segundo pesquisa feita com 259 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). A queda foi de 30,22% em relação a Abril e fez com que o saldo acumulado de vendas nos primeiros cinco meses deste ano ficasse negativo em 21,52%.

“Alta de preços combinada com juros altos, crédito caro e incertezas sobre o futuro do emprego e da renda são algumas das causas desse recuo nas vendas, que infelizmente pode continuar e piorar com a nova alta da taxa básica de juros Selic, de 12,75% para 13,25% ao ano”, lamenta José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. O aumento deverá se refletir nas taxas de juros dos financiamentos imobiliários e, segundo ele, “só vai piorar o que já está muito ruim e tornar praticamente inacessível esse tipo de crédito para quem precisa dele para comprar a casa própria”.

A pesquisa do CreciSP mostrou em Maio que “quem pode já foge do empréstimo dos bancos, o que é privilégio de poucos”, afirma Viana Neto, em referência ao fato de 65,75% das vendas terem sido feitas com pagamento à vista. A participação dos financiamentos foi de 32,88% e apenas 1,37% das transações se deu com o parcelamento do pagamento pelos donos dos imóveis.

Os imóveis mais vendidos em Maio na Capital foram os de até R$ 600 mil, com participação de 57,35% no total vendido pelas imobiliárias consultadas pelo CreciSP. Na divisão das vendas por preço de metro quadrado, 52,86% se enquadram nas de até R$ 8 mil. Foram vendidos mais apartamentos (56,16%) do que casas (43,84%).

No esforço para vender esses imóveis, a pesquisa apurou que os proprietários concederam descontos sobre os preços originalmente fixados que variaram de 3,57% para casas e apartamentos situados em bairros da Zona A, como Campo Belo e Alto da Boa Vista, a 9% para os localizados em bairros da Zona D, como Penha e Jaçanã.

“Os compradores buscaram compensar a falta de financiamento com imóveis de padrão mais simples e mais baratos, embora bem localizados em bairros com boa infra-estrutura de serviços, e a maioria pagando à vista, o que justifica a concentração dos negócios em zonas valorizadas da Capital”, afirma Viana Neto.

Segundo apurou a pesquisa, 88% dos imóveis vendidos em Maio são do padrão construtivo médio, 8% do padrão luxo e 4% do padrão standard. As Zonas A, B e C concentraram 78,09% das vendas enquanto que as Zonas D e E, que agrupam bairros mais afastados das áreas mais valorizadas e onde a dependência do crédito bancário é maior, ficaram com os restantes 21,92%

Locação cai 3% mesmo com aluguéis estáveis

Os preços dos aluguéis ficaram estáveis na Capital, sem alteração na comparação de Abril com Maio, mas isso não impediu que as 259 imobiliárias consultadas pelo CreciSP registrassem uma queda de 3% no número de imóveis alugados. O índice de locação recuou de 3,1804 em Abril para 3,0849 em Maio. No ano, porém, o saldo acumulado de locação está positivo em 19,20%. 

Imóveis com aluguel médio mensal de até R$ 1.500,00 tiveram a preferência dos novos inquilinos, somando 56,32% do total de contratos. Os descontos que eles obtiveram dos proprietários sobre os preços iniciais de locação variaram de 6,05% para imóveis da Zona B a 8,67% na Zona E, que agrupa bairros da periferia como Grajaú e Brasilândia.

As imobiliárias informaram ter alugado mais apartamentos (55,44%) do que casas (44,56%) e que, na soma geral das locações de Maio, 72,96% dos imóveis alugados estão em bairros das Zonas C, D, e Ee não nas Zonas A e B, que reúnem bairros de maiores preços médios de aluguel.

Casas de dois dormitórios foram alugadas em média por R$ 1.290,38 na Zona E, preço que foi de R$ 2.352,94 para as localizadas da Zona B. Apartamentos de dois dormitórios na Zona E foram alugados em média por R$ 1.021,88 enquanto que na Zona B custaram mais que o dobro, alugados em média por R$ 2.402,22.

Seguro garante aluguel

O seguro de fiança, com 36,05% de participação, superou todas as outras modalidades de garantia de pagamento do aluguel em caso de inadimplência do inquilino contratadas em Maio. Segundo a pesquisa CreciSP, o depósito de três meses do valor do aluguel foi a segunda opção mais adotada, com 31,16%, seguida pelo fiador pessoa física, com 22,15%, pela causação de imóveis com 5,88%, a cessão fiduciária com 3,88% e a locação sem garantia, com 0,88%.

As 259 imobiliárias consultadas pelo CreciSP tiveram em Maio um aumento de 2,71% no índice de inquilinos com atraso no pagamento dos aluguéis, que saiu de 4,79% do total de contratos em vigor em Abril para 4, 92% em Maio.

Aumentou também o percentual de imóveis devolvidos, de 86,44% dos imóveis alugados em Abril para 88,24% em Maio. A alta de 2,08% se deu por motivos financeiros (52,34%) ou outros, como a mudança de endereço (47,66%).

As ações judiciais envolvendo todos os tipos de problemas com contratos de locação tiveram queda significativa em Maio, segundo levantamento feito pelo CreciSP nos cartórios da Capital. O número total de ações tramitadas em Maio, 1.883, foi 41,43% inferior às 3.215 de Abril.

Caíram de 136 para 86 as ações de rito ordinário (-36,76%), de 18 para 12 as consignatórias (-33,33%), de 1.227 para 737 as de rito sumário (-39,93%), de 87 para 73 as renovatórias (-16,09%) e de 1.747 para 975 as propostas por falta de pagamento (-44,19%).

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