Para dar sequência ao meu artigo anterior sobre salas de estar e jantar, o meu texto de hoje tem como foco a obra propriamente dita, em que abordo as questões estruturais e técnicas, além de todos os cuidados necessários para tornar tais áreas sociais perfeitas, especialmente para receber as pessoas que amamos. Você é meu convidado para essa leitura. E caso não tenha conferido a parte 1, é só voltar e conferir aqui no site mesmo. Seja bem-vindo!

Iluminação

O ideal é que esses espaços tenham várias possibilidades de cenários de iluminação, a depender do evento. Caso você queira realizar um jantar à luz de velas, ou apenas uma sessão de filmes, um jogo de luz e sombra por meio de uma iluminação mais cênica cai muito bem. Agora, se você quer fazer um encontro de família, ou uma festa de aniversário, por exemplo, o recomendado é que esses ambientes apresentem uma luz mais difusa e que abrace todo o recinto. Portanto, é muito bom contar com as tecnologias em iluminação e automação, que contribuem para a criação de cenas diferentes.

Automação

Falando nisso, a sala de estar é o ambiente da casa em que há mais soluções automatizadas. Dessa forma, quando realizamos uma reforma, precisamos fazer algumas perguntas para os moradores antes de iniciar os trabalhos, como por exemplo: a automação será via wifi ou cabeada? Por onde vai passar o cabeamento, pelo forro ou parede? Haverá uma central de automação? Onde essa central pode ser escondida? A sala vai ter um home theater? A caixa de som ficará no teto? Haverá lâmpadas dimerizáveis? O cliente deseja incluir um controle de voz igual a Alexa ou Google Home? Serão instalados roteadores de internet e repetidores de sinal? 

A partir desses questionamentos é que a equipe de arquitetura saberá o caminho a seguir. Afinal, durante a fase de obra é que todos esses ajustes deverão ser feitos. Do contrário, você terá que quebrar forros e paredes novamente pra incluir as ligações necessárias, e ainda com o risco de nem ser mais possível fazer tudo como o desejado. Como sempre digo em meus artigos, o planejamento é tudo!

Climatização

Primeiramente, será preciso definir o tipo de sistema que será utilizado. Entre os mais comuns estão a máquina evaporadora fixada no teto, cassete de uma via, (que fica embutida dentro do forro); o split de parede, o split “piso teto” (que fica metade na parede e a outra no teto), os cassetes de quatro vias (que ficam embutidos no forro também). Portanto, para cada um deles será necessário destinar um espaço para a instalação, assim como haverá uma infraestrutura específica para o correto funcionamento do sistema. Em alguns casos será preciso realizar a quebra de paredes, o rebaixamento de teto, e assim por diante. Portanto, assim como no exemplo anterior, não dá pra fazer a obra primeiro e só pensar nisso no final. O resultado será trabalho redobrado! 

Piso

Como estamos tratando de áreas sociais, é essencial pensar qual o tipo de piso que se adequará melhor à rotina dos moradores. Então, supomos que o desejo seja por um assoalho de madeira. Nesse caso, por mais resistente que seja, mesmo com aplicação de resina, ainda há a possibilidade de ele sofrer algum tipo de dano. Por exemplo, se cair um objeto pontiagudo no chão, ou se houver uma pedrinha embaixo do calçado, é capaz que o piso seja riscado. Também é preciso levar em conta se a manutenção é fácil. No caso da madeira, não é todo produto que é indicado para a limpeza. 

Outra situação: em casos de áreas próximas a varandas, caso uma porta seja esquecida aberta em um dia de chuva, é provável que o seu assoalho de madeira fique empenado. Há também o piso vinílico, que é muito usado atualmente, mas é preciso tomar cuidado com sua aplicação em varandas em que bate muito sol, ou chove, pois pode acabar manchando ou estragando. 

Assim, por motivos como esses, se você for uma pessoa desligada ou tiver uma rotina mais corrida, o ideal é buscar um tipo de piso mais prático e com menores chances de problemas. Veja bem, o porcelanato possui limpeza e manutenção mais fáceis e, além de ser mais resistente, caso você esqueça alguma porta aberta, não existe chance de estragar o piso. Porém, como se trata de um piso mais frio que a madeira e o vinílico, então não trará o mesmo aconchego. Tudo é uma questão de escolha! 

Bruno Moraes (@brunomoraesarquitetura)

Arquiteto pela Belas Artes, pós-graduado pela FAU-Mackenzie, especialista em gestão e execução de obras. Atuou no escritório de Siegbert Zanettini e foi o arquiteto do Programa Eliana, do SBT.

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