O mofo é um dos problemas mais recorrentes na vida dos proprietários de casas e apartamentos e, também, uma das grandes preocupações dos arquitetos e decoradores. Afinal, não é o desejo de nenhum profissional que o projeto tão lindamente concebido seja perdido por causa de uma infestação como essa. Sendo assim, no artigo de hoje, irei indicar alguns cuidados que fazem diferença na hora de enfrentar a perigosa formação de microorganismos.
Ao construir, o ideal é garantir que se tenha ampla ventilação cruzada, essencial para a renovação do ar, e insolação, pois é fundamental que o sol entre nos ambientes – assim evita-se o mofo.
Como essa patologia adora umidade, o telhado não pode ter nenhum ponto de infiltração, para a água não permear para dentro da residência e, consequentemente, favorecer a aparição do bolor. Igualmente, é de suma importância que a impermeabilização da laje seja não só bem feita, mas de acordo com o tipo correto para cada situação.
Uma ressalva: muitas vezes, a impermeabilização por si só, quando aplicada após o aparecimento do mofo, não vai resolver nada. Se for um canto da casa que não bate sol ou ventilação, o ambiente fica úmido e, por estas condições – e não por falta de impermeabilização –, forma-se a infestação. A técnica impermeabilizante só iria resolver se fosse um problema de infiltração, seja da laje, parede ou de uma conexão hidráulica.
De forma geral, para evitar infiltrações, meus conselhos são: executar a instalação das louças e metais corretamente, com veda rosca, silicone, entre outros; realizar teste com as prumadas de água e esgoto antes de fechar as paredes; verificar a estanqueidade em piscina, lajes e coberturas.
Pensando além da conservação da estrutura e da estética do lar, vale lembrar que o mofo é um perigo real para a saúde. Existem normas sanitárias que exigem o mínimo de ventilação para cada ambiente, visando justamente essa insalubridade (ela é calculada com base no tamanho do espaço). O que, às vezes, as pessoas não entendem, é a seriedade do problema e o mal estar que ele pode acarretar.
Essa infestação é um sinal de que algo está errado, portanto, é melhor investigar o motivo imediatamente para resolver a questão o quanto antes.
Os tratamentos superficiais representam soluções temporárias. Ainda assim, todo mundo tem a sua ‘fórmula’ caseira para lidar com a situação. No meu caso, costumo aplicar água sanitária para remover todo mofo, raspo a área afetada e pinto novamente.
Bruno Moraes (@brunomoraesarquitetura)
Arquiteto pela Belas Artes, pós-graduado pela FAU-Mackenzie, especialista em gestão e execução de obras. Atuou no escritório de Siegbert Zanettini e foi o arquiteto do Programa Eliana, do SBT.