Vinicius Motta, engenheiro de 29 anos, revolucionou o mercado imobiliário permitindo a construção de casas planejadas financiadas por meio de sua startup, a Minha Casa Financiada. Com esse projeto, em um mercado competitivo e com unicórnios, como Loft, Quinto Andar e Em Casa, foi um dos brasileiros selecionados para o Under 30 da revista Forbes na categoria de finanças. Em dois anos, movimentou cerca de R$1,67 bilhão em créditos imobiliários, atendeu a mais de 4,2 mil clientes, é responsável por 40% dos financiamentos individuais da Caixa Econômica e já faturou R$ 27 milhões. Em conversa exclusiva com a Téchne, Motta conta sobre como se deu essa caminhada e como enxerga o mercado imobiliário brasileiro hoje e no futuro.

Como você identificou a oportunidade de negócio para criar a Minha Casa Financiada? Como se deu essa análise?

O MCF nasceu de uma demanda minha e de meus clientes como engenheiro civil, uma dor grande que ninguém resolvia, porque é possível comprar um imóvel pronto financiado, pagando parcelas compatíveis com salário e para adquirir um terreno e construir isso era impossível e inviável. Dessa demanda por crédito à construção nasceu o MCF.

Qual a importância do crédito para financiamentos imobiliários e execução de obras?

Construir sempre será mais vantajoso do que comprar um imóvel já valorizado. Quando você constrói, é cerca de 40 a 50% mais barato do que comprar um imóvel pronto. Só isso já garante o sucesso do produto. O mercado já existia e é grande, só trouxemos a facilidade de pagamento.

O mercado possui concorrentes de peso como Loft, Quinto Andar e Em Casa. Como a Minha Casa Financiada se diferencia de seus competidores?

Nenhum deles é especialista em construção, na verdade nem tem esse produto, nosso diferencial é exatamente sair dessa commoditie de imobiliária on-line e resolver o problema do crédito para construção. Se você quer comprar um terreno e construir sua casa, nenhuma empresa vai te ajudar a não ser o MCF.

Como você avalia o cenário imobiliário do Brasil?

Muito aquecido em meio à pandemia, com taxas de juros baixas, fomentando o mercado e trazendo mais possibilidades para o cliente final. A partir do segundo semestre de 2020, a SELIC voltou a subir. Isso acarretou na elevação das taxas de juros, o que tornou o crédito mais caro para o cliente, fazendo com que ele financie um valor menor, aquele que caiba no bolso. Forçou o cliente a procurar mais e verificar o que é mais barato no mercado, encontrando no MCF a forma mais barata de ter o seu sonho.

Em que medida o cenário eleitoral e econômico influencia nas projeções do setor imobiliário?

O setor é cíclico, hoje estamos vivenciando um boom imobiliário que pode ter retração sim com cenário político e econômico, mas ainda considero uns 2 anos de mercado aquecido até esfriar novamente.

Quais são os impactos do aumento da taxa de juros na estratégia de negócios de vocês?

Como falei anteriormente, isso traz um cliente mais seletivo, com mais dificuldade de crédito e menos capital liberado, forçando ele a procurar formas mais baratas de obter sua moradia, encontrando no MCF essa solução de conseguir fazer o que precisa com o crédito que tem e ainda pode investir no mercado imobiliário, tendo um imóvel que ainda vai valorizar e poderá ser vendido por um valor mais alto.

Quais foram (têm sido) os efeitos da pandemia no negócio?

Diferente do que imaginávamos, o setor de residências em condomínios explodiu na pandemia, houve um Êxodo para os condôminos próximos as cidades, onde estávamos com a solução certa no momento certo, os efeitos da pandemia foram um crescimento muito acelerado do setor de crédito a construção, o que nos botou como foco diversas vezes na mídia. Levantamos um mercado morto, hoje vemos o fruto disso, com diversas linhas de crédito sendo criadas por diversos bancos em conjunto com o Minha Casa Financiada.

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