Com a disponibilidade de chuveiros, construtora aposta em solução para economizar energia e água em canteiro de obras. Texto e fotos: divulgação

A necessidade de se investir em sustentabilidade tem ganhado cada vez mais espaço na construção civil. Segundo o ranking mundial de construções verdes da Leadership in Energy Technology and Environmental Design (Leed), da United States Green Building Council, dos Estados Unidos, o Brasil está entre os cinco países que mais investem em empreendimentos sustentáveis, destacando-se na economia de água e energia e em apostas em tecnologias para reduzir os impactos ambientais.

O investimento na sustentabilidade começa ainda no início da construção de empreendimentos. Durante a construção do Horizonte Flamboyant, residencial da GPL Incorporadora no Jardim Goiás, a aposta tem sido num sistema trocador de calor em aço inoxidável integrado ao chuveiro eletrônico. O funcionamento do sistema se dá através da troca de calor que ocorre com o pré-aquecimento da água vinda da caixa pela água que cai do chuveiro através da plataforma situada no chão. A água quente usada durante o banho não entra em contato com a água fria, que passa por dentro da plataforma.

De acordo com o engenheiro civil do Horizonte Flamboyant, Washington Eugênio de Oliveira, ao ligar o chuveiro, uma plataforma de chão faz a troca de calor da água vinda do chuveiro com a água que irá passar pela ducha, através de uma serpentina interna à plataforma. Desta forma, a água chega à ducha já pré-aquecida reduzindo a demanda da resistência elétrica para que a água chegue na temperatura desejada. “O sistema possui um ajuste externo de vazão para que não se utilize água além do necessário para um banho confortável. O sistema proporciona economia de energia e água e ainda conforto a quem o utiliza”, destaca o engenheiro. 

Sustentabilidade

Preocupada com a preservação do meio ambiente, a GPL firmou parceria com a consultoria de soluções sustentáveis Embrasca para auxiliar na proposição de uma solução que trabalhasse eficiência energética no canteiro de obras. O projeto dos chuveiros foi elaborado e executado pela empresa Verdan Engenharia Sustentável, representante legal dos chuveiros em Goiás. De acordo com o Engenheiro Ambiental Marcelo Jardim, os banheiros de eficiência energética são sustentáveis e foram instalados na obra da incorporadora após perceber que cerca de 30% dos colaboradores usavam esses espaços antes de irem para casa, ao término do expediente. “É uma tecnologia que pode resultar em uma economia mensal de 50% de energia e 20% de água em comparação com os chuveiros convencionais e que se paga em questão de meses”, destaca o supervisor técnico da Embrasca. Além disso, como é construída em módulos, a tecnologia também pode ser desmontada e levada para outras obras.

Ele ainda ressalta que a iniciativa foi bem aceita pelos trabalhadores da construção. “No local, também há opção de usar o chuveiro elétrico convencional, mas eles acabam optando, na maioria das vezes, pelos banheiros de eficiência energética. Muitos foram convencidos com a campanha de conscientização interna feita na obra sobre os impactos sustentáveis positivos desse sistema no dia a dia”, destaca Jardim ao ressaltar que foram espalhados materiais de educação ambiental pela obra e no banheiro abordando os benefícios dos chuveiros sustentáveis.

Para saber mais sobre o projeto, a Pini conversou com os especialistas que participaram da incorporação. Acompanhe:

1. Qual a importância de investir em sustentabilidade na construção civil, principalmente na obra?

Marcelo Jardim: O setor da construção civil é responsável por 50% de todas as emissões de CO2 na atmosfera, aproximadamente 35% de todas as extrações de recursos naturais do planeta, além de gerar em torno de 40% de todos os resíduos sólidos do mundo. Nesse sentido o investimento em sustentabilidade na construção civil pode trazer o equilíbrio entre economia meio ambiente e pessoas, mostrando que os verdadeiros motores do desenvolvimento saudável do setor, são as pessoas que nele trabalham. Por exemplo, o correto gerenciamento de resíduos de uma obra, pode gerar economia financeira e receitas acessórias, que podem ser destinadas para o financiamento e custeio de cursos de capacitação técnica e pessoal para os colaboradores do canteiro. Outra aplicação prática e exemplar de sustentabilidade na construção civil é a educação ambiental dos colaboradores com relação ao uso e desperdício de hídricos e energéticos, oferecendo a eles conscientização para o bom uso e aplicação de boas práticas ambientais que irão implicar em um menor consumo de recursos naturais no dia a dia da obra, gerando economia financeira nas contas de água e energia. É o tripé da sustentabilidade funcionando de ponta a ponta.

2. Como surgiu a ideia do banheiro sustentável?

Marcelo Jardim: A ideia do banheiro sustentável surgiu a partir de uma demanda identificada na obra em que os colaboradores tomavam banho diariamente no canteiro, gerando um gatilho de consumo hídrico e energético para a obra. Nesse sentido, através de palestras de educação ambiental com o objetivo de conscientizar os colaboradores para o bom uso dos chuveiros, identificou-se a possibilidade de investimento em uma tecnologia verde, que fosse usufruída na prática pelos colaboradores. Assim, a Embrasca buscou tecnologias no mercado que pudessem atender a demanda da obra e dos seus colaboradores. Foi quando chegamos na Verdan, representante oficial dos chuveiros de eficiência energética no Estado de Goiás. Dessa forma, foi concebido um projeto para a obra Horizonte Flamboyant e os chuveiros foram prontamente instalados no canteiro, intercalando com os chuveiros tradicionais. O objetivo era dar poder de escolha para os colaboradores, em que eles pudessem escolher entre tomar banho em um “box tradicional” e um “box sustentável”, com menor consumo energético, engajando-os com a causa ambiental.

3. Como funciona o sistema? Poderia descrever o processo?

Eduardo Mesquita: O funcionamento do sistema se dá pela troca de calor que ocorre com o pré-aquecimento da água vinda da caixa, que cai do chuveiro, através da plataforma situada no chão. O processo funciona da seguinte forma: A água fria passa pela plataforma, nela ocorre a troca de calor e a água vai para o chuveiro, onde é aquecida por meio de uma resistência limitada a três mil watts. O chuveiro eletrônico tem várias posições entre 0 e 3 mil watts e ali essa água, que passou pelo corpo, cai na plataforma e vai embora, mas deixa seu calor. Não há contato da água limpa com a água suja que passa pelo corpo, a plataforma é totalmente vedada para que não ocorra. O sistema também proporciona uma economia de água por conta de um ajuste externo de vazão. Conseguimos regular ele após montado, de forma fácil e acessível, a partir de 3 litros por minuto.  

4. Você observou bons resultados com a adoção do sistema?

Washington Eugênio de Oliveira: Em virtude da dinâmica de uso de eletricidade na obra, diferentemente de uma casa onde a rotina é quase sempre a mesma, e também da dinâmica no número de colaboradores que usam o sistema, não é possível fazer o dimensionamento da economia de forma precisa. Mas temos a certeza de que a economia existe, até pelos dados levantados previamente na fase de elaboração do projeto.   

5. Quais são os impactos do sistema para a obra? Vocês pensam em expandir a iniciativa?

Washington Eugênio de Oliveira: Todo e qualquer procedimento que gera economia e contribui para a sustentabilidade, avaliamos se é necessário para cada obra em específico. Com as próximas obras, vamos avaliar a viabilidade do uso do chuveiro sustentável; caso não seja, certamente estudaremos outra iniciativa com este objetivo. Este é um marco da GPL Incorporadora, sempre ter algum item ou ação, em cada obra, que contribua com a sustentabilidade.  

Fontes:

Marcelo Jardim, engenheiro ambiental e supervisor técnico da consultoria Embrasca, um dos responsáveis pela implantação do projeto na GPL.

Eduardo Mesquita, engenheiro eletricista da empresa Verdan Engenharia Sustentável que executou o projeto.

Washington Eugênio de Oliveira, engenheiro civil da GPL e responsável pela obra do Horizonte Flamboyant.

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