Artigo de Eduardo Peralta, CEO da Inloop.

São Paulo é a cidade no Brasil que mais investe em prédios inteligentes. Na capital paulista, em meados dos anos 2000, a tendência surgiu primeiramente entre os empreendimentos corporativos. Muitos acreditavam que os altos custos com tecnologia inviabilizariam sua aplicação também nos residenciais. Passada mais de uma década, as resistências foram vencidas e o investimento no segmento ganhou forte impulso na construção civil.

Percebe-se, cada vez mais, que os prédios inteligentes não só passaram a ocupar espaço crescente no mapa urbano – parte fundamental da construção de cidades igualmente conectadas – como ficaram acessíveis ao consumidor por meio de programas habitacionais, como o Casa Verde Amarela.

Os avanços já são perceptíveis, como no caso da parceria do grupo anglo-italiano Planet com a construtora paulista InLoop, que iniciaram nos últimos anos a construção de prédios inteligentes e sociais nos bairros de Bela Vista, Freguesia do Ó, Itaquera e Jabaquara, num total de 2.500 apartamentos, a preços acessíveis. Tudo com tecnologia BIM (Building Information Modeling), outro salto na qualidade dos projetos inteligentes. Entre as facilidades, internet grátis, comunicação via aplicativo entre moradores, energia solar, horta e biblioteca de objetos.

Edifícios inteligentes são aqueles que oferecem aos ocupantes um ambiente produtivo, com economia de recursos naturais, baixa ou nenhuma emissão de carbono, sustentabilidade, segurança, conforto e qualidade de vida. Todas as soluções são integradas, utilizando fontes alternativas de energia e comunicação entre diferentes sistemas. A interligação entre prédios poderia resolver questões importantes, como consumo excessivo de energia, vazamentos de água ou gás no prédio ou nas unidades, entre outras tantas facilidades. Assim, são incorporados sensores, sistemas e interfaces que interagem por meio da internet das coisas.

A criação de edifícios inteligentes aprimora a interação entre ocupantes do prédio e também com os vizinhos de bairro. É um incentivo à economia local e um facilitador do dia a dia. Como todos nós testemunhamos, aplicativos foram canais de conexão entre moradores e facilitaram muita a vida e a comunicação das pessoas, principalmente nos primeiros meses de isolamento.

Outra característica que merece destaque é a dinâmica e a capacidade que os smart buildings têm de evoluir, pois não se trata só de automação, mas de inteligência artificial. Parece sci-fi, mas já é realidade tangível. À medida que aprende com experiências, a IA aprimora não só sua coleta de dados, como a memória e o processamento que faz dela. A evolução é fundamental com a conexão com outros serviços disponíveis nas cidades inteligentes.

A cidade de São Paulo ainda está na dianteira do processo, mas os projetos inteligentes já se espalham de forma consistente pelo Nordeste e o Sul. O caminho para o futuro ainda está em construção, mas já ao alcance de um clique.

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