Considerado um dos segmentos mais poluentes do planeta, a construção civil tem um desafio quanto à produção de concreto: segundo a Global Cement and Concrete Association (GCCA), este é o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa. E é para sanar este problema que a CarbonCure, empresa canadense, desenvolveu um sistema exclusivo de descarbonização no concreto. A solução chega ao Brasil com distribuição autorizada através da Camargo Química.

Fábio Camargo, CEO da empresa, explica que a tecnologia CarbonCure é aplicada, no momento da mistura do concreto, com a missão de transformá-lo em mineral sólido assim que a mistura solidifica. “Reduzir a pegada de carbono é uma grande preocupação das concreteiras e grandes empresas do setor. E esse produto foi pensado justamente para esse fim. Além disso, esse processo reforça a durabilidade do material”, comenta.

A missão do sistema CarbonCure é reduzir anualmente 500 milhões de toneladas de emissões de CO2 , o que equivale a tirar 100 milhões de carros das estradas. Ao adotar o sistema, a concreteira implementa tanto o software, integrado ao da sua empresa, quanto a máquina de injeção de CO2 na mistura de concreto. O gás carbônico utilizado é coletado de grandes emissores e purificado antes do uso. A transformação desse CO2 em calcário sólido também confere maior resistência à mistura, comprovada através de estudos acadêmicos da Universidade de Toronto e da Universidade de New Brunswick.

Tecnologia abre espaço para exploração do mercado de crédito de carbono

O crescimento considerável das emissões de carbono em todo o mundo abriu espaço para tornar ações como a da CarbonCure uma importante ferramenta para transformar CO2 em commodity. Afinal, hoje o mercado de crédito de carbono prevê a transferência de recursos a companhias com soluções que reduzem emissões, através da compra de títulos por grandes emissores. Estudos apontam, inclusive, que este mercado vai movimentar US$ 493 milhões a US$ 100 bilhões com o mercado de carbono e gerar 8,5 milhões de empregos até 2050. Ou seja: além da concreteira reduzir a sua emissão de CO2, pode ainda comercializar créditos de carbono para outras companhias, o que torna o concreto com CarbonCure duplamente viável do ponto de vista econômico.

“Especialmente para empresas que visam maiores investimentos e alinhamento com as novas tendências de consumo, o ESG tem grande peso para os negócios. Não estamos falando apenas de sustentabilidade e redução de poluentes no canteiro de obra, mas de inovação que vai proporcionar reconhecimento do mercado investidor e do compromisso da companhia que faz o uso dela como responsável, sustentável e preocupada com a perenidade do negócio”, avalia o CEO da Camargo Química. A empresa é especializada em soluções químicas sustentáveis para a construção civil e atua em todo o Brasil.

Os estudos realizados com o uso do sistema CarbonCure mostraram que 12 a 15 kg de CO2 podem ser retirados da atmosfera, a cada metro cúbico de concreto produzido a partir dessa tecnologia.

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