Projeto canadense revisita a arquitetura doméstica dos anos 1950 com uma abordagem sustentável. Fotos: Adrien Williams; Chevalier Morales
Projetado para um casal e seus dois filhos, a Residence de l’Isle é uma reinterpretação das casas americanas modernas de meados do século XX. Esta casa unifamiliar, construída às margens de um rio, nos subúrbios ao norte de Montreal, Canadá, resultado de uma conversa arquitetônica com o trabalho de design dos arquitetos da época. Escondido atrás de uma fileira de pinheiros altos e maduros, sua localização permite que a vegetação natural existente se torne parte integrante do projeto, otimizando a vista para a água.
Quadrado perfeito
Revisitando alguns elementos arquitetônicos chave do modernismo de uma maneira contemporânea, a geometria do piso e tetos, os móveis de madeira integrados e o revestimento de alvenaria foram todos reinventados. A garagem, um símbolo de uma época em que os subúrbios e os automóveis rimavam com progresso e entusiasmo, está diretamente integrada à casa que, por sua vez, forma um quadrado perfeito de 30 metros. A questão da privacidade versus aberturas, crucial na década de 1950, permite uma resposta que cria dois pátios retangulares. Estão inseridos no volume, trazendo luz natural para o coração da residência, ao mesmo tempo que integram o quintal e a piscina. Esses espaços externos que são extrudados da massa inicial também servem para definir e estruturar a geometria do espaço interno do projeto.
Paisagem integrada
A localização da residência permite reintegrar os alinhamentos pré-existentes do terreno e assim conservar o maior número possível de árvores existentes. Além disso, a distribuição programática dos espaços interiores leva em consideração a relação com a rua, com o rio, a orientação solar e as necessidades específicas dos habitantes.
O eixo norte-sul do empreendimento alberga os espaços mais íntimos com necessidade de privacidade, enquanto os espaços habitacionais estão espalhados ao longo do rio, criando assim uma forte ligação com a evolução cotidiana da paisagem envolvente. A posição da garagem permite minimizar a presença da residência para a rua, ao mesmo tempo que cria um eixo claro que marca a entrada principal. Segue o mesmo eixo da via de acesso pré-existente, mitigando assim o impacto no local e na sua paisagem natural. A vegetação abundante proporciona privacidade aos moradores, ao mesmo tempo em que oferece um contexto verde e natural para o bairro.
Tratamento de materiais
Uma paleta de materiais, combinada com a cor da casca natural das árvores, permite integrar a nova construção tom sobre tom ao seu entorno. Os materiais naturais, incluindo tijolo de argila (parede), madeira (intradorso) e pedra (o piso é natural), tiveram preferência. Acentos de latão foram adicionados ao projeto, assim como o revestimento de metal. Na fachada frontal, uma grande janela de sacada cria um fluxo visual para o rio enquanto serve para acentuar o pavilhão com a sensação do design.
O espaço em mezanino, que permite aos moradores usufruir de uma vista adicional para o rio, serve para acentuar a composição e romper a horizontalidade da residência. Algumas áreas da cobertura são cobertas por uma membrana granular branca enquanto outras são ajardinadas, oferecendo um ambiente verde e temperado para este nível. A ênfase geral de uma abordagem de projeto sustentável é aprimorada por meio da incorporação de poços geotérmicos que fornecem aquecimento e ventilação para a residência.
Ficha técnica
- Localização: subúrbios ao norte de Montreal, Québec, Canadá;
- Área: 580 m²;
- Contratante: St-Laurent construção;
- Paisagem: Fabrique de paysages;
- Equipe do arquiteto: Stephan Chevalier, Sergio Morales, Julie Rondeau, Christian Aubin, Ève Beaumont-Cousineau;
- Contato: www.chevaliermorales.com.