Ter uma casa funcionando 100%, sem nenhum objeto quebrado, revestimento lascado e tudo no devido lugar é uma tarefa quase impossível. Com a correria do dia a dia, os pequenos problemas passam desapercebidos e a luz vermelha dos moradores costuma acender apenas quando a situação se encontra bastante prejudicada.

Nosso cérebro é muito inteligente e completa as situações. Na vivência em nossas casas, o olhar está acostumado e, por isso, não conseguimos encontrar os defeitos. E, em geral, quando damos conta da situação, já é tarde demais.

Nesse interim, surge uma palavra em mente: reforma. Mas quando essa intervenção é realmente necessária? Poderia ser substituída por uma manutenção mais aprofundada ou reflete também um desejo mais profundo de mudança por parte do cliente? 

Antes de começar o quebra-quebra em casa, vou propõe algumas ponderações importantes.

  1. A prática da observação

Consciente de que toda casa tem seu tempo de vida útil, a profissional sugere praticar uma atenção apurada e diferente sobre o que acontece (ou não) em casa. Por isso, Cris aconselha que, ao sair para trabalhar ou cumprir outras tarefas da agenda, o morador retorne com uma visão capaz de verificar o que está diferente. Em um dia chuvoso, por exemplo, perguntas básicas para quem mora em casa: Será que a calha está limpa? Há quanto tempo não dou uma olhada para verificar se não há algum vazamento?. Com a chuva, também é possível observar infiltrações no teto e nas paredes que, caso não solucionadas no tempo correto, podem resultar em problemas estruturais.  

Depois de observar tudo o que está comprometido na residência, é hora de pensar nas prioridades, pois a depender do volume, o morador pode sentir no bolso um forte impacto financeiro dessas renovações. Para se antecipar, também sugiro a prática do check up mensal. Analisar com uma frequência marcada colabora para não chegar ao extremo de reformar um ambiente inteiro ou ainda pior: a casa inteira.

  1. Problemas na casa ou vontade de renovar?

Muitas vezes a reforma é fruto do desejo de mudar. No caso da chegada do bebê, que demanda a integração de um novo dormitório na casa, é possível considerar que talvez não seja necessário iniciar uma obra por completo. Caso também de uma sala de estar, que ao seguir com o mesmo décor por um longo período, produz um desconforto e a ideia permanente de reforma. Renovar a cor das paredes, mudar a disposição dos móveis, adquirir novos objetos e agregar o charme da manta e almofadas em cima do sofá pode trazer o conforto esperado e apartar o desejo da reforma tradicional. Um profissional de decoração consegue relacionar o que pode ser produzido em um curto espaço de tempo.

  1. Planejamento

Se tudo pender para a intervenção por meio da reforma, planejar é o verbo. A contratação do projeto executado pelo profissional de arquitetura é capaz de relacionar o que precisa ser feito, especificar item por item os materiais necessários, orçar e estimar o tempo. Um cronograma bem-feito é capaz de minimizar as dores de cabeça e as histórias tristes que todos têm para contar. Obra é como uma orquestra: cada etapa tem sintonia com a obra e tudo precisa seguir de forma bastante afinada

  1. Questões técnicas

Para quem mora em apartamento, a arquiteta traz uma etapa fundamental antes da equipe começar a reforma: seguir as normas indicadas na NBR 16.280/2015 – Reformas em Edificações – Sistema de Gestão de Reformas – Requisitos, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A regulamentação aponta os casos em que se faz necessária a elaboração de um laudo que assegura ao síndico a segurança das intervenções frente aos demais moradores e eventuais danos. Ao contratar um profissional, o morador recebe todas as orientações.

Cristiane Schiavoni (@cristianeschiavoni)

Arquiteta pela FAUUSP, toca há duas décadas seu escritório com projetos de arquitetura, interiores e reformas marcados pela ousadia no uso de materiais e acabamentos inovadores e versáteis.

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