Primeiro, é importante pensar como começa esse processo de definição de se ter ou não um sócio no seu escritório de arquitetura. Você que está montando o seu escritório ou já tem um sócio, mas deseja mudar (por que a gente muda o tempo todo), temos que pensar em vários pontos.

Vale anotar o que é importante, quais são os prós e contras de ter uma sociedade, o que trará de felicidade nesta união, o que te agregará?

No meu ponto de vista, o lado bom de estar sozinha no comando do escritório próprio é a total autonomia que temos para resolver uma questão, por exemplo, mas acaba sendo um trabalho mais solitário, com menor troca.

Ter um sócio significa ter alguém que praticamente vai se casar com você, comercialmente falando. Para isso, é fundamental termos pontos de afinidade, não adianta ter um parceiro que pensa totalmente o inverso de você. Dividir as tarefas e responsabilidades pode ser uma boa: você pode ser mais ligado à criação e o sócio ser mais racional, por exemplo. Esse mix é maravilhoso! Tem que haver sinergia, ter hábitos próximos, não necessariamente idênticos, mas próximos.

É essencial ter claro quais são as funções de um sócio, não confundir, por exemplo, em alguém que vai ajudar em orçamento, lidar com a obra e etc. Para essas funções, muitas vezes, não precisa ser um sócio, mas sim um outro perfil de funcionário, outro alguém para compor a equipe. Um sócio é alguém mais estratégico, que nos acompanhe no dia a dia com o cliente, na tomada de decisões, nas responsabilidades. Esse sócio pode até liderar mais o quesito contratos, orçamentos, etc., mas não fica apenas nisso, precisamos pensar de forma mais ampla.

O importante é que cada um tenha uma habilidade preferencial e fique responsável por algumas áreas do escritório. Organização e planejamento jamais podem faltar. O lado bom e o lado ruim sempre estarão frente a frente, mas temos que analisar antes de tomar uma decisão de ter ou não sócio. A tomada de decisões, idealmente, deve ser compartilhada, assim como definir o foco do escritório, quais serão os perfis de clientes atendidos, que serviços serão oferecidos. A consciência de um trabalho coletivo é fundamental para a sua empresa e marca, mas quando se tem alguém com o mesmo poder de decisão que o seu, tudo deve ser mais conversado, combinado, acordado.

Um bom pensamento é refletir sobre o que está faltando no seu processo de trabalho, como você poderá deixar o dia a dia mais leve, mais fluido? O sócio pode suprir essas necessidades e ser a parte complementar da sociedade, afinal de contas, o trabalho pode e deve ser mais gostoso, mais suave.

Como todo casamento, tudo pode dar certo ou não. Nessa relação também deve-se pensar que os atritos, as discordâncias, também fazem parte da história. A dica é ter maturidade para conversar sobre todos os temas. Ter clareza e saber se comunicar é importante não só para o bem-estar e a saúde dos sócios como também para a história da própria empresa.

Por fim, não pense somente se vale a pena fazer uma sociedade. Se você tomar essa decisão, tenha maturidade necessária para conversar com o sócio e definir o que vai acontecer se aquilo não der certo, porque, enfim, tudo pode acontecer.

Então resumindo, primeira coisa, entender o que você quer da sua vida e quais são suas melhores habilidades, entender o que você é exatamente a sua expertise, o que para você é desafiador, definir se você quer um sócio, um parceiro. Convém definir como é que você vai lidar com essas duas mentes diferentes, colocando tudo no papel certinho. E se no meio da história você quiser mudar, por que não? Os acertos e erros fazem parte da nossa trajetória!

Pati Cillo (@paticillo_arquitetura)

Expert em tendências globais de arquitetura, sustentabilidade, design e tecnologia, acumula duas décadas de experiências em obras residenciais, comerciais e corporativas.

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