Com tantos processos que envolvem um projeto residencial, é natural que surjam mitos sobre algumas etapas de uma obra, uma vez que a falta de conhecimento dos processos pode prejudicar o seu andamento. Para que proprietários de imóveis não caiam em armadilhas, me propus a desvendar os principais mitos que se tornam verdadeiros monstros do Lago Ness para aqueles que vão encarar durante a construção ou reforma. O objetivo é mostrar que, com assertividade diante das tomadas de decisões, essas lendas simplesmente desaparecem.

Mas antes de iniciarmos os mitos, quero falar sobre verdades que são difíceis de aceitar. Uma delas é a famosa expressão “o barato sai caro”, que infelizmente é uma afirmação correta. Não tem como ajustarmos, ao mesmo tempo, a tríade prazo, preço e qualidade. Se quisermos qualidade, muito provavelmente teremos um preço mais alto e um prazo mais longo. Se quiser prazo, provavelmente o desembolso financeiro será maior e, ainda assim, não será um sinônimo de qualidade. Com minha experiência, digo que é impossível obtermos todos os pontos de uma vez e meu conselho é eleger um para, na sequência alcançarmos os demais. 

Outra verdade é que obra sempre dá problema. Porém, a diferença está no caminho para sua resolução: quando o cliente contrata o gerenciamento da obra, a intercorrência será enfrentada por profissionais experientes e que vivenciam essas adversidades. Como em uma orquestra, são muitas pessoas trabalhando ao mesmo tempo e inúmeros processos artesanais que precisam ser acompanhados de perto para que as complicações não ocorram e, caso seja inevitável, equacionadas rapidamente.

A promessa de economizar tempo pulando a execução do projeto e partir direto para a obra é uma lenda e tanto. Tudo que é planejado no papel traz mais clareza, tranquilidade, assertividade e, sem isso, com certeza os gastos são maiores. A falta de planejamento incorre em erros que demandarão a compra de mais materiais, refação de algumas tarefas e sabor de um resultado duvidoso. Esse desacerto é acompanhado por benefícios que nem sempre são comprovados na prática. Como exemplo, é comum os clientes requisitarem o emprego dos sistema de construção com chapas de gesso por conta economia plenamente o tempo da obra, atributo difundido no mercado em função da alta tecnologia. Em uma visão global, pode ser um pouco mais eficaz, entretanto o contexto geral é acompanhado por outras etapas que não necessariamente serão impactadas com essa economia de tempo.

Por fim, considerar que uma reforma ou obra sem um arquiteto acaba saindo mais barato é outro mito que ainda ecoa nos dias de hoje. Em uma primeira conta, pode parecer mais acessível, mas no decorrer a ponta do lápis mostrará um cenário diferente. Uma vez que que o cliente não possui todas as informações necessárias sobre o melhor material, desconhece respostas de questões que precisam ser solucionadas e não conhecem o melhor custo x benefício para que ter uma obra eficiente, esses dilemas impactam em mais gastos e um tempo que se alonga ainda mais. 

Não adianta nada comprar um material caro e não ter uma mão de obra capacitada para executar, levando a danos ou perda completa. O arquiteto tem o conhecimento de todas as informações e conseguem direcionar bem o caminho do cliente, fazendo com que ele economize tempo e, principalmente, dinheiro.

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Marina Carvalho (@marina.carvalho.arquiteta)

Arquiteta e designer de interiores com MBA pela FGV, atuou no Studio Arthur Casas. Toca escritório com seu nome.

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