Agora o assunto são os materiais saudáveis para construir e reformar construções que promovam saúde e bem-estar a todos os seus ocupantes. O HBC como uma entidade de visa promover a construção saudável no Brasil e no mundo, tem trabalhado em toda a cadeia da construção civil, para cada dia termos mais opções de materiais que reduzam os impactos na saúde dos usuários destas edificações, para isto atuamos em toda a cadeia da construção civil desde há fase de projeto, construção e operação, certificando produtos e materiais que tenham esta preocupação.

Os materiais de construção podem ser um dos grandes vilões para a insalubridade dos espaços construídos, ou por outro lado quando bem escolhidos podem promover a saúde dos usuários destes locais.

Para que possamos conhecer um pouco mais sobre materiais saudáveis é importante conhecermos os parâmetros de certificação da construção saudável, tema este já tratado aqui em artigos anteriores.

Materiais Saudáveis

Vamos dar aqui alguns exemplos de matérias saudáveis que já estamos utilizando em obras que se certificaram ou buscam a certificação HBC – Healthy Building Certificate. Como este tema é muito amplo, nesta edição falaremos de 3 categorias: as instalações hidráulicas e filtragens, Instalações elétricas e Iluminação, e os materiais de pintura e impermeabilização. 

Instalações Hidráulicas e Filtragens

Para iniciarmos vamos falar dos materiais hidráulicos, neste caso recomendamos sempre a utilização de tubulações de água que sejam inertes quimicamente ou seja, que mesmo sobre temperatura e pressão não liberem dioxinas que possam fazer mal à saúde das pessoas, como por exemplo as tubulações de PPR, Cobre ou Aço inox, que cabem no balso de cada um. A redução do consumo de água também é importante por isso recomendamos o uso de equipamentos econômicos como as bacias Sanitárias da Sanitrit e as torneiras econômicas da Deca, Docol ou Lorenzetti que não sejam cromadas. Outro item importante quando falamos de qualidade da água é a filtragem da mesma, para remoção de impurezas e toxinas que possam ser trazidas pela água durante a sua distribuição, para isto recomendamos filtros e purificadores que possuam paredes microporosas para a retirada de partículas, Prata Coloidal para bactérias e Carvão Ativado para retirada de gostos e odores, como são os filtros da Stefani e 3M. Também precisamos medir e controlar o PH da água para que ele fique entre 7 e 9 e se necessário implantar um sistema de correção para o PH, pois fora deste padrão poderá promover doenças aos usuários. Existe inclusive a possibilidade de em locais mais remotos fazermos o tratamento das águas cinzas ou negras para níveis potáveis, através de sistemas de ultra filtração como os da Misque,  osmose reversa e o tratamento por nanobolhas e ozônio da Waterfy.

Instalações Elétricas e Iluminação

Na parte de materiais elétricos devemos sempre tomar cuidado com o tipo de fiação a ser utilizada, recomendamos o uso de fiações com camada protetora a base de cana de açúcar que ao pegarem fogo não vão liberar toxinas no ar como os cabos da Prismian, mas o mais importante é o conceito de distribuição destas fiações. Hoje utilizamos o conceito da elétrica inteligente como o da DANF, onde não passamos mais fiação elétrica das lâmpadas para os interruptores e sim utilizamos um cabo de rede (RJ45) para levar o sinal do pulsionador que está na caixinha do interruptor até a lâmpada, com isto reduzindo muito as cargas elétrica no local e facilitando possíveis alterações de layout do local, sem a necessidade de passar novos cabos elétricos. Outro cuidado muito importante está na qualidade e quantidade da iluminação natural e artificial, recomendamos sempre a utilização da iluminação natural que poderá trazer vitamina D aos usuários, uma boa estratégia para isto é o Solatube que possibilita levar luz natural até ambiente de subsolo. Quanto a iluminação artificial o ideal é que ela seja com IRC – Índice de reprodução de Cor, maior ou igual a 90, como as da SaveEnergy ou seja o mais próximo da luz solar que tem IRC 100 e que sejam de LED que consome menos energia e evitam a intermitência das lâmpadas fluorescentes. Outra dica importante é a utilização de iluminação circadiana em locais onde a luz natural não chega, como quartos de UTI por exemplo, estas lâmpadas reproduzem a luz solar e vai alterando a sua cor conforme a hora do dia, sendo mais amarela ao amanhecer e entardecer e mais branca no meio do dia, com as da Tunable White Luminceter, Sistema Cicluz da Luxion e a LED SMART+ da LEDVANCE.

Pinturas e Impermeabilizações

Quando falamos de tintas o recomendado é utilizarmos tintas de baixo VOC – Compostos Orgânicos Voláteis que são prejudiciais a saúde e podem permanecer no local até 6 meses após a sua aplicação, recomendamos neste caso as tintas da linha Sem cheiro da Suvinil ou a Zero Odor da Coral. Outro ponto importante quando falamos de pintura externa á a redução de calor que é proveniente da insolação nas fachadas, para diminuir isto recomendamos o uso de tintas termoreflexivas, como é o caso da Nanotermic 1 da Nanotech do Brasil e da Biotherm da Biomassa do Brasil. Quando falamos em impermeabilização o ideal é que ele não seja a base de hidrocarbonetos e sim hidrofugantes e impermeabilizantes minerais e nanotecnológicos como é o caso do Moshe Concreto que pode ser misturado ao concreto ou argamassa para deixar o mesmo impermeável ou o Moshe Flex, impermeabilizante mineral flexível para ser aplicado sobre lajes, pisos ou paredes que tenham infiltrações, reduzindo assim a possibilidade da formação de fungos e bactérias nestes locais.

Marcos Casado (@marcoscasado1)

Engenheiro civil, atuou como gerente técnico do Green Building Council Brasil e foi gestor de obras no ABN AMRO Real. É diretor do HBC Brasil – Healthy Building Certificate.

Áreas de atuação de um escritório de arquitetura

Artigo Anterior

Feicon é adiada para março de 2022

Próximo Artigo

Separamos para você