Hoje, a nossa seção Viver Bem vai tratar de um assunto que eu, particularmente, amo: decoração afetiva. Cheiros, músicas, cores, lembranças de famílias e objetos de viagens. Durante nossas experiências, levamos na bagagem objetos e sensações especiais que fizeram parte de nossa história. Na arquitetura, para criar um aspecto de afeto e conforto em casa, o conceito de decoração afetiva se torna cada vez mais comum, aliado ao melhor da tecnologia e das possibilidades infinitas disponíveis no mercado.

Acredito que o estilo decorativo seja como a relação com bens sentimentais adquiridos durante a vida e que se traduzem no décor dos ambientes. Inicialmente, podemos traduzir como peças que trazemos de gerações, como uma cristaleira da bisavó, ou algum objeto que compramos durante uma viagem marcante e queremos que faça parte do lar. Uma decoração afetiva mexe com a psicologia e humor de cada um. Seja ao trazer uma foto, um objeto com significado especial ou um móvel de família, ela evoca memórias e sentimentos relacionados à peça.

Não existem muitas regras quando se fala de decoração afetiva. O importante é escolher itens com significado e fazer, com eles, uma composição harmônica. Seja com um mobiliário que passou de geração em geração, uma coleção especial do morador, fotografias e quadros – o importante é buscar a emoção de quem mora, criando uma atmosfera única e personalizada.

Como transmitir para a casa

O primeiro objetivo da decoração afetuosa é proporcionar identidade e conexão. Pode-se observar a importância desse elemento na compra de um imóvel novo ou quando a pessoa vive em um ambiente com décor que não foi tão bem planejado e que causa ‘estranheza’ em um primeiro momento.
Mas, como revelar, de forma harmônica, a sensação de lembranças tão boas para a decoração? O segredo é entender como os objetos ativam as sensações de aconchego e boas lembranças para, dessa forma, compor o ambiente da melhor forma possível.

Já se a lembrança for uma peça decorativa que atravessa gerações e que pareça esteticamente antiga, uma ótima saída é combiná-la com móveis modernos que podem ser colocadas em qualquer ambiente, desde o quarto até a garagem. É muito importante procurar profissionais de arquitetura que trabalham explorando esta técnica e que podem ajudar a encontrar novas formas de utilizar a peça ou trazer sensações para dentro de casa. Tudo começa com uma boa conversa com o cliente, quando preciso falar sobre esta lembrança e compreender os anseios do morador. Assim, utilizamos nossas ferramentas e criatividade para concretizar na residência da melhor forma possível.

Cristiane Schiavoni (@cristianeschiavoni)

Arquiteta pela FAUUSP, toca há duas décadas seu escritório com projetos de arquitetura, interiores e reformas marcados pela ousadia no uso de materiais e acabamentos inovadores e versáteis.

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