Marcelo Mujalli acaba de assumir a presidência da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD). Agora, atua em conjunto com sua vice Adriana Fontana e o diretor financeiro Nicolau Nasser. Segundo ele, o norte principal da ABD para os próximos três anos é gerar ainda mais valor à profissão a partir do constante aprimoramento e especialização de seus associados. Em conversa exclusiva com a aU, Mujalli conta como será o rumo da instituição e seus planos para o futuro.
Fale sobre a importância da ABD e o legado da Associação desde a sua fundação.
Criada em 1980, a ABD tem como objetivo acompanhar e colaborar com o mercado profissional de Designers de Interiores. A entidade foi responsável pelo Projeto de Lei que regulamentou a profissão de Design de Interiores no Brasil e por toda a movimentação nacional da classe, garantindo sua atuação no país.
Você assumiu a presidência da ABD logo após a conquista do registro profissional dos designers de interiores. Como avalia este momento? De que maneira a ABD pode contribuir para a conquista do registro pelos bacharéis?
Em relação ao CREA ainda existe um grande trabalho a ser realizado, já conquistamos a inclusão dos tecnólogos no sistema Confea/CREA em todo o território nacional e agora vamos buscar o mesmo tratamento para os bacharéis. No caso dos profissionais de formação plena, ou seja, bacharelado, é necessário previsão legal para registro em um Conselho e a ABD, através de sua Assessoria Parlamentar, está trabalhando para promover as alterações necessárias na lei.
Quais são as suas expectativas para a gestão da ABD nos próximos 3 anos?
Solidificar o que foi conquistado pela ABD é um trabalho contínuo. A boa gestão deve valorizar e respeitar o passado e escrever com ele o futuro. Gerar ainda mais valor à profissão, trazer maiores benefícios como conhecimento, ampliação do mercado para os profissionais, fortalecimento da classe, valorização internacional do design de interiores brasileiro, com responsabilidade social.
Embora o país esteja estagnado economicamente e em meio a incertezas políticas, o setor imobiliário está aquecido. Como avalia o mercado para o design de interiores em 2022?
Em um mercado que mesmo durante a pandemia já movimentava bilhões de reais, não podemos esperar nada menos do que a completa expansão dessa área no Brasil. Considerando que startups brasileiras estão investindo em tecnologia, para design interiores, e recebendo grandes aportes de investidores. O design brasileiro posiciona-se como referência mundial.
Quais são os principais desafios na formação de designers de interiores diante do cenário atual?
O nosso principal desafio diante do cenário atual está em desenvolver cursos não presenciais que tragam tanta qualidade quanto os cursos presenciais. Para isso será necessário investimento em ferramentas tecnológicas (softwares) que promovam a mesma experiência e possibilidade de conhecimento, principalmente nas matérias de desenho e projeto.
Em que medida o confinamento imposto pela pandemia da Covid-19 colocou em foco a importância da qualidade dos espaços interiores? Qual o legado destes tempos para os profissionais desse segmento?
A reconexão das pessoas com as suas casas fez com que nossos profissionais experimentassem diferentes soluções de design. Entre essas, a integração do trabalho em um espaço específico dentro de casa. O período pandêmico vai acabar, mas a valorização da qualidade de vida e os modelos de trabalho híbrido, vieram para ficar.
A ABD pretende ampliar o investimento em capacitação dos seus associados, com cursos, palestras e outras iniciativas. Fale sobre essas perspectivas da associação.
A ABD se dedica ao constante aprimoramento e especialização de seus associados, realizando o maior Congresso de Designers de Interiores da América Latina, Fórum Acadêmico, palestras, debates, e exposições e agora inauguraremos uma plataforma de cursos que posicionará a ABD como referência em conteúdo para Design.
