O programa, coordenado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), registrou conformidade superior a 98% nas amostras testadas. É o maior índice em 11 anos, atestando aos consumidores a qualidade das cerâmicas brasileiras.
“O recorde de conformidade demonstra o compromisso do setor em consolidar o alto nível de excelência do produto brasileiro e o respeito ao consumidor”, afirma Anderson Vieira, consultor de qualidade e sustentabilidade da Anfacer. Para ele, o índice alcançado reforça a importância da reindustrialização, com atenção aos critérios de sustentabilidade e competitividade. “Indústria forte é País Forte”, acentua.
O PSQ está alinhado ao Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) e conta com o Centro Cerâmico do Brasil (CCB), que tem acreditação no Inmetro como organismo certificador. Seu objetivo é monitorar a qualidade da fabricação de placas cerâmicas nacionais e importadas, incentivando a conformidade dos produtos com as normas técnicas brasileiras (NBR ISO), de modo a estimular a evolução tecnológica do setor.
“Trabalhamos para elevar a cerâmica para revestimento ao ‘estado da arte’, aumentando os níveis de qualidade nas operações de todo o setor, seja indústria, varejo ou cadeia de distribuição. Agimos de ponta a ponta”, diz Vieira, complementando: “Objetivo é que a cerâmica saia da fábrica e chegue ao consumidor com a mesma qualidade, que se mantenha após a instalação”.
A eficácia do PSQ é comprovada pelo Indicador de Conformidade que está superior a 98%. Este é um exemplo de programa que só agrega benefícios a todos os stakeholders. As empresas participantes ganham na melhoria da qualidade dos produtos, redução dos custos de produção, aumento da produtividade, melhoria da imagem institucional e comercial, acesso a novos mercados e mais competitividade. Os consumidores também se beneficiam, uma vez que podem ter produtos de qualidade, incluindo maior segurança, satisfação, confiabilidade e durabilidade dos produtos e menores custos de manutenção”, destaca Ana Paula Margarido, superintendente do Centro Cerâmico do Brasil.
O Programa Setorial da Qualidade é voluntário e visa melhorar a excelência e a segurança de materiais de construção. Faz parte do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). O PSQ de placas cerâmicas tem como entidade mantenedora a Anfacer e como gestora técnica o CCB. Suas bases são as normas internacionais NBR ISO 13.006, com atenção aos critérios de sustentabilidade e competitividade NBR ISO 10545 (Partes 1 a 16).
Dentre as diferentes normas técnicas ABNT monitoradas pelo PSQ, estão: níveis de absorção da água, dimensões e qualidade superficial; determinação da carga de ruptura e módulo de resistência à flexão; resistência à abrasão profunda (placas não esmaltadas); expansão por umidade; e resistência às manchas.
Desde 2010, o PSQ coletou mais de 12.377 amostras, realizou 111.523 testes e contou com a participação de 52 empresas, o equivalente a mais de 90% da indústria nacional de revestimentos cerâmicos. Apesar disso, a qualidade das placas cerâmicas é medida desde 1993 pela Anfacer. As informações estão disponíveis no site.
O setor em números
De janeiro a junho de 2023, as vendas totais de revestimentos cerâmicos foram de 378,2 milhões de metros quadrados, com retração de cerca de 15,9% frente ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o setor espera maior movimentação do mercado interno no segundo semestre, com o reinício dos programas habitacionais.
Há expectativa de retomada das obras, seja por construção ou reforma, de aproximadamente 48,7 mil imóveis, que deverão ser entregues nos próximos anos. A reestruturação do “Minha Casa, Minha Vida”, em especial após a Medida Provisória (MP), busca o restabelecimento da edificação de dois milhões de moradias até 2026. O Governo do Estado de São Paulo, sede de um dos maiores polos fabris de produção de cerâmica do País, anunciou investimentos de R$ 106,8 milhões no “Casa Paulista”, visando entregar 8,7 mil unidades. Na gestão municipal da capital paulista, a previsão é de mais de R$ 6 bilhões para garantir 38 mil imóveis, por meio do programa “Pode Entrar”.
Todas essas obras poderão utilizar cerâmicas, azulejos, revestimentos e pisos de reconhecida qualificação, como as peças certificadas pelo PSQ, para aplicação em todas as áreas das residências, em especial na cozinha, banheiro e lavanderia.
Grandes formatos, mão de obra qualificada
O setor cerâmico nacional tem grande compromisso com as inovações tecnológicas. Adepto da impressão digital, já oferece ao mercado opções de “grandes formatos” de placas cerâmicas, resultando em peças com mais funcionabilidade e ampla aplicabilidade para além dos locais usuais. Isso permite a customização de bancadas, móveis, divisórias e painéis, dentre outras superfícies. Esses formatos, com tamanhos que podem chegar a até 3,20 metros de comprimento, permitem maior cobertura das superfícies com design contínuo.
Para esse novo cenário, está no site da Anfacer uma rede com mais de 500 contatos para conectar assentadores e consumidores dos mais diferentes perfis. A “Central do Assentador Cerâmico” é uma iniciativa da Anfacer, com o apoio do movimento Sou Cunheiro, do CCB (Centro Cerâmico do Brasil) e da Cortag. A Central oferece rede de apoio a esses profissionais, mentoria e cursos e conecta profissionais especializados com quem busca mão de obra qualificada para aplicar as placas maiores.
A ação visa capacitar trabalhadores da construção civil que fazem a aplicação, técnica de assentar os revestimentos com argamassa e similares no contrapiso, parede e demais superfícies nas obras ou locais de reforma. São eles que desenvolvem o planejamento de colocação das peças, contabilizam quantos metros quadrados são necessários para revestir uma área específica, seja interna ou externa, além de considerar os pontos de referência e harmonização estética dos assentamentos.