Segundo dados da Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, elaborada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) em 2020, 46% das empresas brasileiras adotaram o home office. Entre elas, 67% enfrentaram dificuldade para implementar o trabalho remoto. Atualmente, muitas corporações tentam iniciar o processo de retomada aos escritórios. Porém, novas formas de encarar o trabalho surgiram e, consequentemente, uma nova maneira de lidar com os escritórios. Essas novidades causam dúvidas e evidenciam os desafios que gestores e equipes têm enfrentado.
De acordo com o arquiteto Fernando Forte, sócio do escritório de arquitetura FGMF, diversas tendências que já existiam foram aceleradas pelo contexto da pandemia. “A preocupação em oferecer espaços de trabalho de qualidade é muito latente nas empresas, pois o fato das estações de trabalho não serem mais fixas e o contato humano ser reduzido prejudicam a noção de pertencimento. Isso dificulta a transmissão de valores da empresa para a equipe, o que aumenta as chances de perder talentos. Por isso, os espaços devem promover bastante socialização e sensação de bem-estar, gerando aproximação entre as pessoas para aumentar a retenção de talentos e o desenvolvimento de um trabalho mais criativo e dinâmico, especialmente no modelo híbrido. A equipe precisa achar que o escritório é um ambiente ainda mais legal do que a própria casa e se sentir confortável ali”, explica.
Quanto às tendências, Fernando conta que os escritórios do futuro serão mais voltados para socialização, sustentabilidade e facilidades: “Algo que definitivamente não cabe mais é aquele modelo de telemarketing dos anos 90, com espaços apertados, pouco ventilados e rígidos. Vejo que teremos cada vez mais monitores grandes e adaptáveis, locais abertos, jardins, salas de reuniões pequenas, cultura pet friendly, mídias interativas e estações de trabalho flexíveis”.
A redefinição do ambiente corporativo é uma das principais preocupações da Netglobe, empresa especializada em soluções para a conexão. Com um trabalho que envolve desde a escolha dos devices até um planejamento para que seus parceiros possam ter o melhor aproveitamento possível em cada modelo de trabalho, a companhia tem liderado o debate sobre o escritório do futuro.
“O que ficou claro é que não voltaremos ao modelo que existia antes da pandemia. Empresas que já desenharam planos para a retomada de atividades presenciais investiram em espaços menores, mais condizentes com o trabalho híbrido, em que seus colaboradores podem escolher o espaço que vão ocupar. Além disso, salas de reuniões têm ficado cada vez menores, mais focadas em calls e conversas que não podem ser compartilhadas com o time todo”, comenta Renato Batista, CEO da Netglobe.
A Netglobe vai promover em fevereiro uma campanha chamada “mês da conexão”, cujo objetivo é falar sobre diferentes aspectos relacionados a um mundo cada vez mais conectado. Em março, todos esses temas farão parte de um debate online promovido pela empresa. A “Conexão Netglobe” terá participantes de vários segmentos, com o propósito de discutir desafios e oportunidades nesse cenário.