A construção civil é um dos setores de maior relevância na economia brasileira. Ela é responsável por uma grande parcela da atividade econômica e também é uma das maiores geradoras de emprego no país. Por isso, mapear suas variações é fundamental para entender como o setor está reagindo e como isso pode afetar a economia na totalidade. Alguns dos principais indicadores dizem respeito ao preço dos materiais de construção no Brasil. Os dados levantados pelo Panorama da Construção Civil, produzido pela Obramax, explicam qual é a sua situação atual em cada região do país e como isso afeta tanto a construção civil quanto os consumidores.
Variação nos custos de material de construção
Um dos principais indicadores da construção civil é o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Produção), mensurado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Esse índice mede as variações dos custos de insumos utilizados na construção. O INCC-M leva em conta quatro fatores: materiais, equipamentos, serviços e mão de obra.
O INCC-M variou 0,24% em setembro de 2023, taxa igual a do mês anterior. O índice acumula alta de 2,74% no ano e de 3,21% no período de 12 meses. Em setembro de 2022, a variação do INCC-M havia sido de 0,10% e a alta acumulada era de 10,89% em 12 meses.
Outro indicador importante é o SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), medido pelo IBGE e informa os custos de produção. Segundo o SINAPI, em setembro de 2023 houve uma variação de 0,02%, caindo 0,16 ponto percentual em relação ao mês anterior. Nos últimos 12 meses, o acumulado foi de 2,68%, taxa abaixo dos 3,11% registrados nos 12 meses anteriores. Em 2022, o índice de setembro foi de 0,44%.
A parcela relativa dos materiais voltou a apresentar uma queda. A taxa foi de -0,22%, sendo 0,08 ponto porcentual abaixo de agosto. Considerando o índice de setembro em 2022 (0,53%), houve queda de 0,75%. Todos esses dados se encontram no Panorama da Construção Civil, da Obramax.
Dados dos preços de materiais de construção por região do Brasil
Dentre as 5 regiões do Brasil, a região norte foi a que teve a maior variação mensal em setembro: 0,49%. Houve alta na parcela dos materiais em 5 dos 7 estados. Um dos fatores que explica esse aumento é o acordo coletivo firmado no Amazonas. As taxas em todas as 5 regiões do Brasil são:
Norte: 0,49%
Nordeste: -0,09%
Sudeste: -0,03%
Sul: 0,05%
Centro-Oeste: 0,09%
Considerando os estados, o que teve a maior taxa na parcela dos materiais foi Alagoas. Sua taxa alcançou 1,78%. Esse número é explicado pelo reajuste observado nas categorias profissionais. O segundo estado com maior índice foi o Amazonas, com 1,63%. O motivo foi a influência dos acordos coletivos.
Fatores que influenciam e medidas tomadas pelo governo
Dentre os fatores que influenciam no valor do material de construção, além de acordos coletivos e reajustes, um dos mais importantes é a inflação. As variações cambiais também interferem no preço. Os produtos importados são negociados em dólar. Portanto, a baixa ou a alta do dólar acaba impactando no valor gasto na compra. A demanda do mercado é outro fator de relevância.
Os índices do SINAPI costumam ser usados em construtoras para orçar valores em uma obra. Com preços mais elevados dos materiais de construção, todo o projeto acaba tendo que lidar com mais custos, tanto em relação aos materiais como em outras áreas, como serviços e mão de obra. Isso impacta em todo o setor da construção civil. Além disso, o aumento no custo também afeta a população na totalidade. Consumidores que planejam construir ou reformar suas casas encontrarão produtos mais caros nas lojas, o que também aumenta o custo do projeto.
Para lidar com o aumento dos preços dos materiais de construção, o governo e a indústria adotam medidas que ajudem a impulsionar o setor. A solução não é paralisar obras, pois isso também aumenta seu custo a longo prazo, mas aquecer o setor. Uma das formas de conseguir isso é com uma redução nos custos de importação dos materiais de construção. Além disso, a modernização da área, com o uso de tecnologias como o BIM, diminui a probabilidade de erros e os gastos desnecessários durante uma obra.