Foto: Júlia Herman

Cada ambiente demanda necessidades diferentes, onde os móveis precisam ser eleitos de acordo com aquilo que os moradores precisam para o local. A cozinha, por exemplo, requer móveis que ofereçam funcionalidade, com lugares específicos para armazenamento de alimentos, louças e outros itens. Sendo assim, a marcenaria é uma grande aliada quando se trata de projetar uma cozinha prática e com um apelo estético incrível.

Esse é um ambiente que não pode faltar planejamento cumprido à risca. Por isso, a execução da marcenaria, por conceber uma identidade única, dá a tônica para todo o desenvolvimento do projeto.

Definindo os espaços

Analisar o volume de itens que o morador armazenará é fundamental para se ter uma ideia da quantidade e a distribuição dos armários e gavetas. Talheres e jogos americanos pedem gavetas mais baixas, enquanto panelas e tampas possibilitam ter um gavetão dedicado para todas as peças. Por fim, vale considerar um local específico para os potes plásticos e travessas e sugere que gavetas e gavetões estejam na parte inferior a fim de facilitar a visualização e acesso nos níveis próximos ao piso. 

Já os armários costumam ficar na parte superior ou nos cantos em ‘L’. É essencial definir onde esse volume será acomodado para especificar as ferragens corretas. Temos corrediças que suportam mais ou menos peso e dobradiças especiais para todos os tipos de porta, entre outras situações.

No que diz respeito às medidas e quantidades de nichos para armazenamento, a arquiteta sugere que a cozinha tenha, pelo menos, quatro gavetas com altura aproximada de 15 cm para guardar talheres do dia a dia, panos de prato e jogos americanos. Nessa contagem, vale ainda considerar dois gavetões altos, com 30 cm, para panelas e tampas, um gavetão para potes, uma porta para lixeira retrátil, um extensor para porta temperos e panos de prato, além de uma área dedicado aos copos.

Marcenaria e eletrodomésticos

Outro ponto crucial é ter a lista dos eletrodomésticos que serão usados no projeto. A arquiteta lembra que a localização da marcenaria e dos eletrodomésticos fazem toda a diferença na rotina da família e, quando posicionados de forma incorreta, atrapalha até as tarefas simples. Além disso, o planejado não deve encobrir os pontos de elétrica, hidráulica e gás nos locais onde for adicionado.

Vale também lembrar que fornos, micro-ondas, exaustores e coifas devem apresentar um certo distanciamento ou dimensões confortáveis nos nichos para serem embutidos, facilitando a ventilação e o funcionamento correto do aparelho. Gosto de trabalhar com a disposição triangular que privilegie a proximidade com o cooktop, cuba e geladeira, sempre respeitando as áreas de circulação. Alguns eletrodomésticos podem, inclusive, serem embutidos na marcenaria ou terem a cor escolhida de acordo com o estilo do seu ambiente.

Iluminação

A iluminação embutida nos móveis planejados é um recurso que contribui para a ambientação dos espaços e é muito bem-vindo nas cozinhas. Umas das possibilidades é trabalhar com canaletas de led em nichos para gerar um efeito aconchegante. Esse tipo de iluminação pode ser instalado nos armários que ficam acima da bancada, melhorando a visibilidade da área de trabalho. É primordial que esta iluminação seja especificada ainda em projeto, e não durante ou após a montagem. Assim, garantimos um bom acabamento e evitamos transtornos. 

Isabella Nalon (@isabellanalon)

À frente do Nalon Arquitetura, atuou como arquiteta na Prefeitura de Münster, na Alemanha. Acumula mais de 20 anos de experiência em projetos residenciais, comerciais e corporativos.

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