São vários os desafios que a logística reversa do vidro enfrenta, como o custo do frete e a distância entre a geração, operação de triagem e as fábricas de embalagens. Em contrapartida, reutilizar ou reciclar o insumo contribui de maneira fundamental para a preservação do meio ambiente ao diminuir a extração de recursos naturais e reduzir a emissão de CO2 e o consumo de energia, além de gerar emprego e renda na cadeia sustentável. Por isso, o Glass Is Good, programa de logística reversa coordenado pela Associação Brasileira de Bebidas – ABRABE desde 2019 e que já recuperou mais de 162 mil toneladas de vidro, vem procurando formas alternativas para a destinação correta do material, que vão além da reciclagem e do reuso convencional.

Foi assim que a entidade firmou cooperação com uma pequena empresa instalada em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a Eco Vidros Brasil. A parceria já recuperou mais de 3 mil toneladas de vidro desde que iniciou, em 2022, com uma ampliação de 35% na produção no empreendimento sul-mato-grossense.

Criada há seis anos, a Eco Vidros oferece uma destinação sustentável diferente para o material, buscando superar os desafios do vidro no Mato Grosso do Sul. No estado, a viabilidade operacional possui limitações pelas distâncias geográficas, e, por isso, a empresa encontrou na transformação das embalagens pós-consumo em matéria-prima uma solução para reverter esse quadro.

Assim, depois de separado por cor e triturado, o material coletado é transformado em revestimento de paredes, microesferas de vidro para demarcação viária, argamassa, enchimento de concreto para piso industrial de alta compactação e aplicação a produtos antiderrapantes. Dessa forma, todo o vidro recolhido pela Eco Vidros é transformado em produtos destinados à construção civil e acabam por contribuir com as questões ambientais do município, como a diminuição de emissão de gases de efeito estufa, já que o processo é realizado todo na empresa e não requer transporte de material, e de extração de matéria-prima da natureza.

Para Vanesca Aparecida Pinha, sócia-administradora da Eco Vidros, alianças como a realizada com a ABRABE são importantes para encontrar maneiras a fim de oferecer descarte correto ao material. “A ABRABE nos auxiliou tanto no planejamento do nosso projeto quanto no processo de logística reversa. Com a parceria, houve a ampliação de 35% na produção de produtos que consideravam o vidro reciclado como base na matéria-prima”, diz.

Já para a Associação Brasileira de Bebidas, o recurso encontrado em Dourados é um exemplo de como outras localidades que estão distantes das grandes fábricas podem fomentar a cadeia sustentável. “A logística reversa do vidro requer articulação e cooperação entre diversos atores, como a indústria, o governo e os próprios consumidores. Por isso, é importante que soluções como essa encontrada em Dourados sejam replicadas para outras regiões que enfrentam dificuldades nesta destinação apropriada”, explica Cristiane Foja, presidente-executiva da ABRABE.

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