O mercado imobiliário é um setor que sofre constantes mudanças e que está em constante evolução. Dessa forma, as tendências imobiliárias variam muito de acordo com o mercado. Neste ano de 2023, uma que está bastante aquecida é a do mercado de locação. Isso porque as pessoas mudaram a mentalidade a respeito dos investimentos, hoje, elas passaram a querer investimentos mais seguros, com uma liquidez menor.
A arquiteta Germana Lara explica que aconteceu uma mudança na legislação urbanística (PL 508/2023) em Belo Horizonte. “Agora, houve uma redução de potencial construtivo, ou seja, antes era possível construir mais. Mas com essa mudança, a possibilidade de construção é menor. Sempre existiu a oportunidade de comprar o potencial, o coeficiente de aproveitamento, porém está bem mais caro. Dessa forma, a tendência é que as construtoras façam apartamentos muito compactos, mas com uma grande área de lazer, para compensar essa questão do apartamento muito pequeno”, ressalta.
Além disso, à medida que foram sendo feitos muitos apartamentos compactos, o mercado de ações teve uma queda e os imóveis passaram a ser um investimento muito atrativo, pois é um investimento seguro. “Sendo assim, quando disponibilizam um imóvel para aluguel, os menores são mais interessantes, porque eles têm mais liquidez. Hoje, a gente também tem a possibilidade de alugar por temporadas, tem aplicativos que possibilitam isso”, comenta Germana.
Mas a capital mineira já é adepta ao aluguel de apartamentos menores há alguns anos. Em levantamento feito pelo QuintoAndar o valor mais baixo do aluguel faz a locação de microapartamentos crescer. No início da pandemia 51% dos imóveis alugados tinham três ou mais quartos. Em 2023, esse percentual caiu e os apartamentos maiores corresponderam a 42% do volume alugado em Belo Horizonte nos quatro primeiros meses do ano.
Apartamentos compactos
Os apartamentos compactos otimizam o espaço disponível sem deixar de lado o conforto e a funcionalidade para proporcionar praticidade no dia a dia do condômino. Além disso, eles são práticos, bem localizados e com vários serviços de conveniência. “É um tipo de imóvel que é preciso trabalhar muito bem a setorização para guardar o acervo do proprietário e trabalhar com mobiliários, por exemplo, um layout mais fluido. Então, nesse caso, o menos é mais”, destaca Germana.
A arquiteta ainda acrescenta que muitas vezes as pessoas acham que, por ser um imóvel pequeno, tem que encher de coisas pequenas. E não é dessa forma. “Por exemplo, às vezes um sofá maior, ao invés de um sofá pequeno, vai deixar o espaço melhor, mais fluido e vai acomodar mais pessoas. Também quanto menos parede a tiver ali, entre cozinha e área de serviço, entre cozinha e sala, vai melhorar a amplitude do espaço. Não tem muitas divisões ali, nem barreiras visuais”, conclui.