A construção civil brasileira possui grande atraso em relação à produtividade, principalmente quando relacionada a outros segmentos industriais, como o automobilístico e o eletrônico. Atualmente, o assunto tem sido cada vez mais praticado e colocado em pauta no setor, porém ainda segue sendo um desafio. Desta forma, para superar essa dificuldade, algumas práticas foram adotadas nos últimos anos. O novo episódio do podcast ‘O som da obra’ realizado pelo Parceiro da Construção, traz a discussão do tema com dois convidados, os especialistas Nelson Zanocelo, Diretor da Saint-Gobain, e Edison Tateishi, Diretor de Operações da CMC Modular.
Um dos caminhos em busca da modernização dos meios construtivos foi a racionalização do canteiro de obras, para tornar a construção mais ágil e otimizada. A partir disso, a industrialização vem ganhando protagonismo já que o sistema consiste em fazer a montagem dos componentes estruturais na indústria e levá-los prontos para a obra. Dessa forma o canteiro de obras se transforma em uma linha de montagem e tem benefícios inexistentes na construção convencional, como a possibilidade de realizar várias etapas ao mesmo tempo, otimizando a duração e diminuindo a demanda por mão de obra.
“Quando os subsistemas são levados à fábrica, se tornam muito mais previsíveis. O balanceamento da linha de produção resulta na velocidade e padronização dos processos, e essa velocidade se dá justamente por conta desses subsistemas.” afirma Edison Tateishi. “Ainda, a qualidade e o desempenho dos materiais de construção a seco são superiores.” completa Tateishi.
Além disso, essa simultaneidade que o sistema permite faz com que módulos possam ser transportados e montados com diferentes níveis de instalação e acabamento para diversos segmentos. De acordo com a necessidade e complexidade da obra é possível adaptar, desde construções que vão praticamente inteiras montadas para o canteiro com hidráulica, elétrica e acabamento, até outras que vão apenas em partes.
Um exemplo de construção modular é o projeto Humanilar desenvolvido pela Saint-Gobain, que consiste em uma habitação pré-fabricada, focada no atendimento de vulneráveis. “No caso da Humanilar, as casas têm aproximadamente 14m² e tem a facilidade de serem transferidas para outra localidade de maneira rápida e prática, de acordo com a situação e necessidade.” afirma Zanocelo. A agilidade do sistema auxilia no atendimento de urgências, como as tragédias em habitação que aconteceram em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, em fevereiro deste ano.
A construção civil no Brasil ainda utiliza a mesma técnica de séculos atrás, sendo totalmente arcaico perante a outros países, que utilizam sistemas leves e sustentáveis. Apesar disso, há muito a ser feito para o desenvolvimento da construção no país, é o que comenta Nelson Zanocelo, “Atualmente, no Brasil, representamos o steel frame em pouco mais de 1%, e o drywall com apenas 7%. É hora de fazermos uma revolução no processo de construção no país, que no momento é tardio ao extremo, porém com apoio de Saint-Gobain e de outras empresas que estão estimulando o mercado, é possível acelerar esse processo.”
E para apoiar, alavancar e consolidar o mercado de construção a seco e industrializada no Brasil, a Saint-Gobain criou uma unidade de negócio focada no desenvolvimento da construção modular no Brasil, a Saint-Gobain Nextera, que tem como diferencial uma equipe de especialistas que acompanha toda a obra do primeiro ao último parafuso.
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