Quem passa pela Avenida Paulista talvez nem perceba, mas o Conjunto Nacional vem se reinventando. Um dos marcos da arquitetura modernista brasileira, o edifício inaugurado em 1958 está mais vivo do que nunca — voltando a ser o que sempre foi: espaço aberto, acessível, cheio de movimento e ideias.
Nos últimos anos, a Paulista vem se consolidando como um dos principais corredores culturais do país. E não é à toa: surgiram novos centros como a Japan House, o IMS, o Sesc Paulista, além de reaberturas importantes, como a Casa das Rosas, e a expansão do MASP, agora com um prédio novo conectado à sede histórica por um túnel subterrâneo.
É nesse mesmo clima de renovação que o térreo do Conjunto Nacional ganhou a Casa Dexco — um espaço de experimentação voltado à arquitetura, ao design e à arte. A programação é rotativa e inclui exposições, debates e instalações sobre temas como materiais, identidade e cidade. Logo de cara, duas mostras chamam atenção: “É Arte ou Design?”, com curadoria de Allex Colontonio e André Rodrigues, e “Viver Ambientes”, que apresenta projetos de grandes nomes da arquitetura, além de uma galeria com obras de Portinari em parceria com o Itaú Cultural.
A própria arquitetura modernista do edifício virou protagonista do projeto. A reforma manteve e destacou os elementos originais — como as colunas, o teto e as janelas —, valorizando o concreto aparente e a integração com a cidade, que são marcas do modernismo.














Esse resgate do modernismo, aliás, dá o tom da programação cultural do espaço no primeiro ano: um olhar contemporâneo sobre um dos movimentos mais importantes da arte e arquitetura no Brasil.
Para Marina Crocomo, diretora da Dexco, ocupar o Conjunto Nacional é uma forma de conectar passado e futuro: “A preservação ativa de espaços como este tem impacto social real. É sobre criar lugares de encontro, formação e inspiração no coração da cidade”.
Mais do que requalificar um prédio histórico, essa nova fase do Conjunto Nacional reflete um movimento maior: o de dar novos sentidos a marcos urbanos de São Paulo, fazendo da cidade um território vivo de cultura e memória.