O sprinkler é um dispositivo que faz parte de um sistema de combate a incêndios e quando acionado libera água para eliminar e controlar o foco de fogo. Apesar da sua obrigatoriedade prevista pela legislação em edificações comerciais e afins, ainda há dúvidas quanto à utilização de sprinklers em áreas com instalações elétricas.
O handbook da NFPA13 ressalta que nos últimos 100 anos não há relatos de problemas de uso de sprinklers em instalações elétricas. Do ponto de vista de combate, o uso de sprinklers é mais seguro, por ser de acionamento automático, rápido e sem envolvimento humano. O combate manual utilizando-se hidrantes e mangueiras coloca em alto risco de eletrocutar-se o ser humano em função do contato com a água, que é condutora de eletricidade, especialmente em subestações de média e alta tensão.
Felipe Melo, presidente da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk), esclarece que o sistema de sprinklers somente é acionado se houver excesso de temperatura no local, ou seja, não atua durante o funcionamento normal de uma subestação ou transformador.
“Se esses equipamentos já atingiram temperatura para acionamento do sistema de sprinklers é porque já não são recuperáveis e o combate local resguardará os demais equipamentos. Não dispor de sistema de sprinklers para o combate automático e imediato pode significar a perda de todo o edifício e áreas como estoques, produção e outras”, enfatiza.
Foram registradas 1244 ocorrências, em 2020 de incêndios estruturais de janeiro a dezembro, noticiadas pela imprensa, segundo dados divulgados pelo Instituto Sprinkler Brasil. Esses incêndios poderiam ter sido evitados se existissem sistemas de sprinklers nestas edificações, de acordo com o presidente da ABSpk.
“Se instalado de maneira correta e com manutenção em dia, o sprinkler entra em operação automaticamente, liberando água de forma rápida e de maneira circular, atingindo uma área aproximada de 16m², propiciando tempo de fuga para os ocupantes do local. Além do alastramento do fogo, consequentemente, o Sprinkler também ajuda a evitar a propagação de fumaça tóxica e falta de visibilidade”, explica Felipe.
Já com relação a sistemas de sprinklers em entreforros, que nada mais é que um cômodo com pé direito reduzido, é necessário considerar duas situações. A primeira situação é se há material estocado no entreforro, ou se há material combustível no entreforro, como por exemplo, dutos de ar condicionado revestidos com EPS. Havendo essas condições, o sistema de sprinklers é requerido. A segunda situação é se o material que constitui o fechamento do forro é combustível. Neste caso, provavelmente o próprio forro entrará em combustão antes que o sistema de sprinklers abaixo do forro seja acionado e, quando operar, despeje água para baixo, não protegendo o entreforro. Nesse caso, o sistema de sprinkler no entreforro também é requerido.
O site da Associação Brasileira de Sprinklers disponibiliza as normas de proteção contra incêndios e garante maiores informações para o regulamento de edificações comerciais.