O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na manhã desta quinta-feira (02/03), os resultados do Produto Interno Bruto de 2022, que teve crescimento de 2,9% em 2022. Esse aumento só foi alcançado em função do bom desempenho do PIB da construção civil que subiu 6,9% no mesmo período. Além disso, a construção foi responsável pela geração de 10% dos empregos formais, em 2022, contribuindo de forma significativa para a redução do desemprego, que chegou à marca de 9,3%, o menor índice desde 2015.
Entretanto, já observamos uma queda no total de lançamentos em 2022 – 15% em relação a 2021. Dessa forma, para que a economia brasileira siga em um bom patamar de crescimento é fundamental o bom desempenho do setor da construção. No atual cenário de alta de juros, é fundamental garantir uma boa disponibilidade de funding setorial. Assim, precisamos que o novo programa Minha Casa, Minha Vida consiga ampliar o acesso à moradia digna às famílias de baixa renda e seja capaz de financiar um alto volume de produção para que o Brasil consiga combater o déficit habitacional de 7,8 milhão de famílias.
Além disso, precisamos ampliar a disponibilidade de funding do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) em um cenário de queda na captação da Poupança. Isso é essencial para garantir taxas de financiamento habitacional adequadas aos compradores de imóvel em cenário de alta da Selic. Uma possível medida seria ampliar o percentual do saldo da Poupança, que é obrigatoriamente direcionado ao crédito imobiliário. Esse percentual, que hoje é 65%, deveria ser ampliado para 70%, para suportar o atual nível de crescimento do setor imobiliário.
O crédito imobiliário é um grande impulsionador para a atividade econômica e precisa ser estimulado nesse momento em que temos uma projeção de queda no crescimento do PIB (0,8% para 2023, de acordo com o Focus). Além disso, a cadeia da construção, que emprega 7,4 milhões de trabalhadores, de acordo com a PNAD, tem um papel fundamental para a geração de emprego ao trabalhador de baixa renda.