É muito bom ver o resultado de um trabalho pronto, mas para que tudo saia como o esperado, é preciso ter muito cuidado com cada detalhe. Nesse sentido, muita gente associa a palavra “obra” com sujeira, bagunça e perda de materiais – um sinônimo de desperdício e dinheiro. Porém, com uma série de processos, é possível realizar construções e reformas de forma organizada e sem os famosos e recorrentes problemas, tanto para os profissionais, quanto para os proprietários. 

Como tenho ampla experiência em gerenciamento de obras, no artigo de hoje, eu aproveito para trazer dicas de como conseguir tais resultados, a partir de um planejamento pautado em ações que resultarão em uma obra com outro panorama. 

Planejamento

Para que tudo fique organizado, é necessário contar com um planejamento para cada etapa. Com o cronograma bem detalhado, especificando cada atividade que será executada diariamente, é possível separar um período no final do dia dedicado para limpeza e a arrumação do local. Vou dar um exemplo que você poderá repetir em sua própria reforma: nas obras gerenciadas no meu escritório, implantamos a rotina de encerrar o expediente 15 minutos antes para que a equipe possa realizar a varrição, conferir as proteções e guardar ferramentas. Só então, terminamos o trabalho.

Proteção

Em todas as etapas, é necessário ficar atento a tudo que cerca o local e identificar quais materiais podem, porventura, serem danificados durante o período da obra. Como o caso de itens mais delicados como vidros, pisos, revestimentos em geral, tampos e móveis, entre outros. 

Sendo assim, materiais de proteção como papelão liso ou corrugado (em diferentes gramaturas), plástico bolha ou normal, lonas (com diferentes espessuras), mantas impermeabilizantes ou emborrachadas, nunca são gastos supérfluos, pois às vezes, o barato pode sair muito caro. Afinal, ao deixar de proteger móveis ou o piso, um arranhão pode ser muito mais oneroso para reparar a investir em proteção. Sem contar os aborrecimentos por causa dos danos e desgastes.

Piso

Independentemente do tipo de revestimento, é essencial protegê-lo! Desde o mais delicado, como um assoalho de madeira, ou mais resistente como um porcelanato. Afinal, há a chance de riscá-los, receber respingos de tinta ou danificá-los com a queda de uma ferramenta pesada. 

Cada piso tem sua peculiaridade na hora de realizar a proteção. Por exemplo, para o assoalho de madeira, não é indicado o uso da ondulação do papelão (tipo corrugado) para baixo, pois poderá marcar. Também não é recomendado unir um papelão com outro utilizando fitas colantes, pois o piso também precisa respirar. Já no caso do porcelanato, é possível realizar a proteção com papelão, além de vedar todas as frestas com fitas colantes, de forma que não entre nenhum vestígio da obra para baixo.

Cuidado com as intempéries

Agora, vou relatar um caso de uma obra recente, onde ocorreu a instalação do piso da varanda. Lá foi necessário fechar o ambiente com uma manta até o teto como meio de proteção do local contra a poeira, ventos e chuva, já que o fechamento de vidro ainda não havia sido executado. Já, em obras de rua, por exemplo, como casos de fachadas e áreas externas, é preciso colocar tapumes para proteger das intempéries.

Pintura

A tinta, por ser um produto líquido, demanda uma proteção que não estrague com a umidade. Nesse caso, sugiro o plástico bolha, “salva piso”, lona, vinil, entre outras opções disponíveis no mercado. Na união entre os materiais citados, é indispensável efetuar o isolamento de forma correta, para que a tinta não escorra nas frestas, nem alcance a altura do piso. No processo da pintura, aconselho sempre proteger com fita de pintura as portas, interruptores e quaisquer outros itens que possam receber respingos de tinta. 

Cada material, uma proteção diferente

Agora, vou exemplificar, de maneira simples, as funções de cada tipo de proteção:

– Lona de plástico: protege contra poeira, tintas e riscos superficiais. Indico a instalação de lonas fixas no teto e pisos, formando uma espécie de cortina, para não entrar pó em outros ambientes do imóvel;

– Papelão ondulado: recomendado contra poeira, riscos e impactos diversos. Porém, com muita umidade ele pode dissolver e até manchar aquilo que está em sua proteção. Portanto, será preciso trocar com frequência; 

– Mantas emborrachadas: asseguram proteção contra poeira, riscos e são muito resistentes contra impactos. São ótimas opções, mas têm um custo um pouco mais elevado. Mas, vale a pena pela segurança;

– Manta de Polietileno ou madeirites: são ótimos para proteção contra impactos durante a execução da obra;

– Manta impermeabilizante: ideais para proteger da umidade;

“Salva Pisos”: trata-se de uma espécie de plástico bolha mais rígido, fixado a um papel Kraft laminado bem resistente, propiciando proteção contra impactos, poeira, riscos e líquidos, como respingos de tinta;

E mais duas observações pertinentes:

A compra de materiais mais baratos e/ou menos resistentes implica em uma troca com mais frequência, haja vista que alguns podem se decompor com o tempo da obra;

Dê preferência à combinação de materiais capazes de resistir tanto aos impactos, como também à umidade ou aos desgastes (como no caso da circulação dos profissionais). É importante reunir vários tipos de proteções na obra. Não adianta apenas cobrir uma bancada de pedra ou piso com uma lona preta, pois ela salvaguardará apenas a incidência de sujeiras e umidade. Todavia, caso ocorra a queda de algum objeto pesado, não haverá nenhuma proteção contra o impacto.

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Bruno Moraes (@brunomoraesarquitetura)

Arquiteto pela Belas Artes, pós-graduado pela FAU-Mackenzie, especialista em gestão e execução de obras. Atuou no escritório de Siegbert Zanettini e foi o arquiteto do Programa Eliana, do SBT.

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